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FUTEBOL
Pedreiras catarinenses
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O Santos e o São Paulo perderam a chance de fungar
no cangote do líder Cruzeiro.
Não, não se trata de medo de ser
feliz. Os times até que tentaram.
Tiveram domínio territorial e
atacaram mais que os adversários, mas simplesmente trombaram com duas pedreiras catarinenses, Figueirense e Criciúma.
Contra o time de Florianópolis,
o Santos, desfalcado de Léo e com
Robinho no banco, insistiu nas jogadas pelo meio e só ameaçou
com chutes de longa distância.
Num eficiente contra-ataque catarinense, sofreu o belo gol de Triguinho e sua primeira derrota para o Figueirense na história.
Contra o Criciúma, o São Paulo
tentou por todos os lados, mas
também entrou poucas vezes na
área e teve de arrematar de longe.
Também nesse jogo de Ribeirão
Preto, o Criciúma teve as chances
mais agudas de gol, inclusive
uma bola salva em cima da linha,
se é que não foi dentro do gol.
Nada de anormal, em suma.
Cabeças não precisam rolar por
causa desses maus resultados. Foi
só mais uma rodada difícil de um
torneio acirrado.
O que mais chamou a atenção,
nesses dois jogos de sábado, foi a
decisão de Leão de deixar Robinho no banco durante os 90 minutos, mesmo percebendo que
faltava criatividade à sua equipe.
Talvez o treinador esteja certo.
No próximo jogo, na Vila Belmiro, se o time demorar um pouco
para marcar, já estou ouvindo a
torcida pedir em coro a entrada
do garoto. Se isso acontecer, ele
voltará ao time muito mais confiante e motivado.
Com tudo isso, o Cruzeiro pode
até não ser mais o esquadrão imbatível de uns meses atrás, mas
segue impávido no topo por falta
de um concorrente à altura. E
também -nunca é demais lembrar- porque tem o craque Alex.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
O Corinthians deve se dar por
feliz com o empate conquistado
em Belém. O Paysandu criou
muito mais chances de gol e merecia ter vencido.
O alvinegro, alquebrado por
desfalques e pela falta de uma espinha dorsal, apresentou problemas táticos e técnicos.
Os primeiros foram mais evidentes na etapa inicial: marcação
frouxa, falta de cobertura dos laterais, perda de todos os rebotes
(defensivos e ofensivos) para o
adversário.
A sorte corintiana foi ganhar
praticamente de graça o gol de
empate, no final do primeiro tempo, num pênalti tolo.
Na segunda etapa, o time voltou mais compacto. Foi aí que sobressaíram as deficiências individuais. Alguns atletas alvinegros
-César, Fabinho, Renato- têm
limitações crônicas que todos conhecemos. Outros, de nível mais
elevado, estão passando por uma
má fase: Kléber, Liédson. Por fim,
há os que ainda não entraram no
ritmo ideal: Robert, Jameli.
Quem é que sobra? Rogério, que
ontem foi buscar duas vezes o empate com dois chutes preciosos.
Ou seja: se o time de Geninho ainda tem alguma pretensão nesta
temporada, é preciso melhorar
muita coisa.
Fla-Flu
O primeiro tempo do Fla-Flu
de ontem deve ter feito o tricolor Nelson Rodrigues e o rubro-negro Ary Barroso se revirarem
em seus túmulos. No segundo,
o clima esquentou, o Fla se impôs e afundou ainda mais o Flu,
que continua de mãos dadas
com o Grêmio no fundo do poço do Brasileiro.
Paulicéia derrotada
Tudo somado, foi uma rodada
ruim para os paulistas. Dos seis
clubes da Série A, só o São Caetano venceu, e bem: meteu 3 a 0
no Fortaleza e já está em sexto
na classificação. O time do ABC
tem grandes chances de lutar
por uma vaga na próxima edição da Libertadores. Outro time que se deu bem na rodada,
por méritos próprios, foi o surpreendente Internacional de
Muricy Ramalho.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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