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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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FUTEBOL

Pedreiras catarinenses

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O Santos e o São Paulo perderam a chance de fungar no cangote do líder Cruzeiro.
Não, não se trata de medo de ser feliz. Os times até que tentaram. Tiveram domínio territorial e atacaram mais que os adversários, mas simplesmente trombaram com duas pedreiras catarinenses, Figueirense e Criciúma.
Contra o time de Florianópolis, o Santos, desfalcado de Léo e com Robinho no banco, insistiu nas jogadas pelo meio e só ameaçou com chutes de longa distância. Num eficiente contra-ataque catarinense, sofreu o belo gol de Triguinho e sua primeira derrota para o Figueirense na história.
Contra o Criciúma, o São Paulo tentou por todos os lados, mas também entrou poucas vezes na área e teve de arrematar de longe. Também nesse jogo de Ribeirão Preto, o Criciúma teve as chances mais agudas de gol, inclusive uma bola salva em cima da linha, se é que não foi dentro do gol.
Nada de anormal, em suma. Cabeças não precisam rolar por causa desses maus resultados. Foi só mais uma rodada difícil de um torneio acirrado.
O que mais chamou a atenção, nesses dois jogos de sábado, foi a decisão de Leão de deixar Robinho no banco durante os 90 minutos, mesmo percebendo que faltava criatividade à sua equipe.
Talvez o treinador esteja certo. No próximo jogo, na Vila Belmiro, se o time demorar um pouco para marcar, já estou ouvindo a torcida pedir em coro a entrada do garoto. Se isso acontecer, ele voltará ao time muito mais confiante e motivado.
Com tudo isso, o Cruzeiro pode até não ser mais o esquadrão imbatível de uns meses atrás, mas segue impávido no topo por falta de um concorrente à altura. E também -nunca é demais lembrar- porque tem o craque Alex.
 
O Corinthians deve se dar por feliz com o empate conquistado em Belém. O Paysandu criou muito mais chances de gol e merecia ter vencido.
O alvinegro, alquebrado por desfalques e pela falta de uma espinha dorsal, apresentou problemas táticos e técnicos.
Os primeiros foram mais evidentes na etapa inicial: marcação frouxa, falta de cobertura dos laterais, perda de todos os rebotes (defensivos e ofensivos) para o adversário.
A sorte corintiana foi ganhar praticamente de graça o gol de empate, no final do primeiro tempo, num pênalti tolo.
Na segunda etapa, o time voltou mais compacto. Foi aí que sobressaíram as deficiências individuais. Alguns atletas alvinegros -César, Fabinho, Renato- têm limitações crônicas que todos conhecemos. Outros, de nível mais elevado, estão passando por uma má fase: Kléber, Liédson. Por fim, há os que ainda não entraram no ritmo ideal: Robert, Jameli.
Quem é que sobra? Rogério, que ontem foi buscar duas vezes o empate com dois chutes preciosos. Ou seja: se o time de Geninho ainda tem alguma pretensão nesta temporada, é preciso melhorar muita coisa.

Fla-Flu
O primeiro tempo do Fla-Flu de ontem deve ter feito o tricolor Nelson Rodrigues e o rubro-negro Ary Barroso se revirarem em seus túmulos. No segundo, o clima esquentou, o Fla se impôs e afundou ainda mais o Flu, que continua de mãos dadas com o Grêmio no fundo do poço do Brasileiro.

Paulicéia derrotada
Tudo somado, foi uma rodada ruim para os paulistas. Dos seis clubes da Série A, só o São Caetano venceu, e bem: meteu 3 a 0 no Fortaleza e já está em sexto na classificação. O time do ABC tem grandes chances de lutar por uma vaga na próxima edição da Libertadores. Outro time que se deu bem na rodada, por méritos próprios, foi o surpreendente Internacional de Muricy Ramalho.


E-mail jgcouto@uol.com.br


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