FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Nono colocado no Brasileiro-2002 (17 pontos), o Santos pretende se valer da crise do Vasco (21º lugar, dez pontos) para suscitar a reação da torcida contra o adversário e conseguir, após 11 meses, se livrar da síndrome de não ganhar fora da Vila Belmiro.
O jogo está marcado para as 20h30 no estádio de São Januário, que os santistas consideram equivalente à Vila em termos da pressão negativa exercida pelos torcedores locais quando o time da casa não consegue atuar bem.
No último domingo, integrantes de uma torcida organizada do Vasco agrediram jogadores após o empate em 1 a 1 com o Botafogo.
"Temos de jogar para a frente porque se a torcida se voltar contra eles será melhor para a nossa equipe", disse o atacante Robinho. "Se soubermos administrar e conduzir o jogo, dá para tirar vantagem", afirmou o técnico Emerson Leão.
A estratégia só terá êxito, porém, se o time conseguir converter as oportunidades que cria. A equipe possui a melhor média de finalizações por jogo (20,6) dentre todos os 26 participantes do Brasileiro, segundo levantamento do Datafolha. Apesar disso, o ataque santista (18 gols) é apenas o sexto melhor da competição.
Leão tenta evitar que a ansiedade de se livrar do estigma de time "caseiro" contamine os novatos santistas. "Digo para eles não pensarem nessa pergunta irritante [sobre o tabu de não ganhar fora]. Que pensem na capacidade deles para vencer", disse.
Para ele, a vitória fora de casa acontecerá naturalmente, como decorrência do futebol que o time conseguir apresentar.
Segundo Leão, a melhor exibição da equipe no Brasileiro ocorreu justamente no Rio, no empate em 1 a 1 no jogo contra o Fluminense, no Maracanã, no qual o Santos sofreu o gol de empate aos 48min do segundo tempo.
"Fomos taticamente perfeitos naquela partida. Espero repetir essa perfeição", afirmou.
No jogo desta noite, Leão repetirá a formação titular que no último sábado venceu o Grêmio por 2 a 0 na Vila Belmiro, apesar dos problemas médicos enfrentados pelo goleiro Júlio Sérgio e pelo atacante Alberto.
Em recuperação de uma virose, Júlio Sérgio não treinou ontem, mas teve a participação confirmada pelo treinador. Alberto levou uma cotovelada na cabeça, desferida involuntariamente pelo reserva Wellington durante o coletivo, e deixou o gramado tonto, amparado pelos médicos. Apesar do hematoma no olho direito, vai jogar em São Januário.
O meia Robert e o zagueiro André Luis não viajaram para o Rio. Robert acertou sua permanência no clube, mas está inativo há mais de um mês e terá de disputar uma posição entre os titulares, segundo Leão. André Luis será julgado hoje pela Justiça Desportiva, no Rio, e poderá pegar até cinco jogos de suspensão por jogo violento e desacato à arbitragem.


Texto Anterior: Ponte também está em má fase
Próximo Texto: Vasco entra em campo com medo da torcida
Índice