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FUTEBOL
Ricardo Teixeira quer técnico pentacampeão na última apresentação da seleção brasileira no ano, em novembro
CBF convidará Scolari para mais um jogo
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
A CBF vai convidar Luiz Felipe
Scolari para mais um jogo-despedida. O presidente da entidade,
Ricardo Teixeira, fará a proposta
ao técnico gaúcho no fim do mês.
O amistoso, que serviria para
mais um adeus de Scolari, será
disputado em novembro, com local e adversário indefinidos. A
CBF já recebeu propostas da Coréia do Sul e dos Estados Unidos,
mas ainda não fechou acordo. É
certo, no entanto, que a apresentação será feita no exterior.
A cúpula da CBF optou pelo
treinador pentacampeão por três
motivos: evita que os atletas recepcionem mal o escolhido, assegura a convocação dos campeões
na Ásia -o que valorizaria a
apresentação do time- e não
"desfalca" o banco de reservas de
clubes brasileiros, que estarão na
reta final do Nacional.
Teixeira pretende convencer
Scolari dizendo que quer, com o
jogo, homenageá-lo aos olhos do
mundo pela campanha na Ásia.
O presidente da CBF disse a interlocutores que sua maior preocupação é com a recepção dos jogadores a um outro técnico. O dirigente avalia que Scolari foi o técnico que melhor soube agrupar os
jogadores em toda a sua gestão,
que já dura 13 anos.
A preocupação para evitar o racha da "Família Scolari" foi determinante para que a idéia de chamar Pelé fosse descartada. O ex-ministro de FHC é visto com reservas por grande parte da delegação que foi à Copa-2002 e, além
disso, está rompido com Teixeira.
Zagallo, que chegou a ser apontado como homenageado, "queimou-se" por outro motivo. A cúpula da CBF não gostou da divulgação da notícia de que o técnico
recebeu US$ 500 mil da Dar el
Ssada, representante da federação
líbia, que negociou amistoso da
seleção asiática com a CBF.
Ninguém na entidade ficou
convencido da explicação do tetracampeão, que disse que o dinheiro foi pago a troco de uma série de entrevistas dadas aos líbios.
A avaliação na CBF é que não
seria bom para a seleção ligar sua
imagem a uma pessoa envolvida
em tal escândalo.
A conversa entre Teixeira e Scolari deve acontecer no fim do mês.
O presidente da CBF pretende falar com o técnico gaúcho quando
voltar de viagem à Suíça, onde o
dirigente participa de reunião do
Comitê Executivo da Fifa.
Embora pretenda contar com
Scolari em novembro, Teixeira
descarta a volta efetiva do técnico
ao comando do time nacional.
O gaúcho anunciou sua saída da
seleção em 9 de agosto. Duas semanas depois, Scolari fez o que
seria sua última partida como técnico do Brasil, em derrota para o
Paraguai (0 a 1), em Fortaleza.
Mais do que a despedida do pentacampeão, o jogo ficou marcado
pelo apoio da CBF ao presidenciável Ciro Gomes (PPS).
Desde que saiu da CBF, Scolari
tem preenchido seu tempo dando
palestras -pelas quais cobra em
média R$ 35 mil-, gravando comerciais de TV e promovendo
seu livro, "Felipão, a Alma do
Penta", escrito pelo jornalista
gaúcho Ruy Carlos Ostermann.
Amanhã, o técnico estará em
São Paulo, para autografar a obra,
e dará entrevista coletiva, a primeira desde o jogo no Ceará.
O treinador espera aproveitar a
"onda" criada pelo penta até o início do próximo ano, quando pretende voltar a trabalhar diretamente no futebol. Scolari disse
que seu desejo é dirigir um time
na Europa, mas não descarta assumir o comando de uma seleção
nacional que não a brasileira.
Ontem, ele não foi localizado
pela reportagem para comentar a
decisão de Teixeira de convidá-lo.
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