São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2004

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BOXE

OMB supera boicote, e após 17 anos um pugilista terá título universal

Pela 1ª vez, ringue verá campeão por 4 entidades

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez na história haverá uma unificação de títulos envolvendo os cinturões das quatro principais entidades do boxe profissional: CMB, AMB, FIB e OMB.
Será no combate de hoje entre os médios (até 72,5 kg) norte-americanos Oscar de la Hoya, dono do título da OMB, e Bernard Hopkins, campeão pelas outras versões. Tal ângulo está sendo utilizado na promoção do combate.
O número máximo de entidades envolvidas em unificações de títulos mundiais até o momento havia sido três: CMB, AMB e FIB.
O CMB, mais representativa entidade do pugilismo, sempre fez boicote à OMB, que surgiu em 1988 -a última vez que houve um único campeão universalmente reconhecido foi em 1987.
Para dar oportunidade aos campeões da Organização para enfrentar quaisquer de seus campeões, o Conselho exigia que abrissem mão do título da rival.
Ou estabelecia um prazo para que o pugilista escolhesse entre o seu cinturão ou o da OMB. Esta, por sua vez, em seus boletins mensais, lista os campeões da Associação e da Federação. Omite, entretanto, os titulares do CMB.
Nos bastidores do pugilismo comenta-se que tal situação entre as entidades é fruto de um atrito entre o presidente do CMB, o mexicano Jose Sulaiman, e Ricardo Maldonado, empresário com muita influência dentro da OMB.
Um dos beneficiados com o fim do boicote à OMB é o brasileiro Popó, que ficou conhecido lutando como campeão da entidade.
Ele nunca escondeu que uma de suas maiores ambições é lutar pelo título do CMB, mas sua ligação com a OMB era um obstáculo.
Quando Sulaiman soube em 2002, por intermédio da Folha, do interesse de Popó em seu cinturão, mostrou-se satisfeito. Mas, também naquela oportunidade, alertou que o pugilista brasileiro não poderia ser campeão pelas duas entidades simultaneamente.
"O CMB só está permitindo que a luta aconteça porque agora está em baixa e precisa mesmo de dinheiro", analisa Popó. "E porque é o De la Hoya, a verdadeira atração, que é o campeão pela OMB. Se fosse o outro [Hopkins], aí queria ver se [o CMB] ia deixar."
Popó reconhece que o fato de alguém ser campeão unificado é símbolo de prestígio. "Tem gente que pergunta se já sou campeão unificado, mesmo sem saber o que é. Quando pergunto "o que é unificado?", não sabem, mas dizem "sei que é importante"."


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