São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2001

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EXCLUSIVO

Empresa ligada a Pelé arma evento beneficente e fica com o dinheiro

France Presse
Pelé, em entrevista na Argentina, na véspera da partida em homenagem a Maradona, no último fim de semana, em Buenos Aires


MÁRIO MAGALHÃES
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

No dia 19 de novembro de 1969, ao marcar no Maracanã o gol historicamente considerado como o seu milésimo, o então jogador de futebol Pelé ofereceu o feito às "criancinhas do Brasil". Desabafou sobre as mazelas que as afligiam e pregou que o país olhasse por elas.
Num projeto beneficente de 1995, a preocupação de Pelé estendeu-se, formalmente, à infância carente da Argentina. No final, nenhuma criança do país de Maradona ganhou um só tostão ou doação. Já uma firma com o nome do ex-atleta, transformado em empresário esportivo e à época ministro dos Esportes, ficou com US$ 700 mil.
No dia 31 de janeiro de 1995, num contrato com a assinatura pessoal de Pelé, uma empresa localizada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens (Antilhas) se comprometeu a organizar de graça, num gesto de generosidade, uma partida de futebol e um show, ambos com jogadores e cantores de renome mundial, para a seção argentina do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Pelé participaria sem nada cobrar.
O evento, batizado de Move the World (Movimente o Mundo), não foi realizado. O Unicef-Argentina nada ganhou. E a PS&M Inc. (Pelé Sports & Marketing Inc.), que recebeu US$ 700 mil para promover a festa, não repassou dinheiro algum ao órgão da ONU.


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