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FUTEBOL
Schumacher x Senna
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o bem de quase tudo que
envolve a Copa do Mundo,
Alemanha e Brasil confirmaram
suas esperadas classificações.
Esse quase tudo envolve torcedores de quase todos os países,
amantes do futebol, Fifa, organizadores, patrocinadores, fornecedores de material esportivo, empresas de comunicação etc.
Se a Copa não tivesse uma das
duas mais vitoriosas seleções do
futebol, viveria uma experiência
diferente, frustrante, negativa.
Não defendo aqui o establishment do futebol, que certamente
comemorou as vitórias tranquilas
que alemães e brasileiros conseguiram contra ucranianos e venezuelanos, mas a preservação de
duas camisas que vão ficar à frente das outras ainda por um bom
tempo apesar da crise.
Se o Brasil jogou todas as fases
finais de Copa, a Alemanha só
não fez isso porque não quis. As
esvaziadas Copas de 1930 e 50
não atraíram os alemães, pois esses estavam à época mais empenhados em outras questões.
Pelo que fizeram nas eliminatórias, as seleções brasileira e alemã
poderiam ficar ausentes do Mundial, mas isso seria um preço muito alto pago pelas duas ""escolas"
e, também, pela própria Copa.
Se Holanda e Iugoslávia já deixam um vazio, o que dizer de
uma Copa sem superpotências?
Alguns respondem a essa pergunta sugerindo a criação de
uma proteção para as seleções
que já foram campeãs mundiais,
que teriam vaga automática na
Copa. Se isso é ""legal" em um sentido, é também uma virada de
mesa, como a que podem fazer
para o Flamengo e outros times
grandes ficarem na elite.
Mesmo com a marca da novidade, a primeira Copa do século
21 pode reunir pela primeira vez
desde 1990 todas as equipes que já
ganharam o título mundial
-basta o Uruguai passar pela
Austrália na repescagem.
Alemanha e Brasil não são favoritos em 2002. Argentina e
França estão em um nível melhor.
Inglaterra e Itália também estão
à frente, mas ainda têm alguns
detalhes a ajustar. O Uruguai, se
for, será coadjuvante.
Mas como a coluna é uma celebração das vagas que alemães e
brasileiros conseguiram no jogo
final, vamos às estatísticas.
Na história da Copa, somando
eliminatórias e fase final, a Alemanha é primeira e o Brasil é segundo em número de pontos (308
a 298) e vitórias (92 a 91).
Os alemães são primeiros também em número de jogos (142, seis
a mais que os brasileiros, terceiros
colocados no quesito) e em número de gols (349, 45 a mais que os
brasileiros, também terceiros neste item). Os brasileiros têm a melhor média de pontos por partida
(2,19, contra 2,17 dos alemães).
Se contarmos só a fase final da
Copa, o Brasil deixa a Alemanha
em segundo lugar em número de
pontos (173 a 152), de jogos (80 a
78), de vitórias (53 a 45) e de gols
marcados (173 a 162). Os brasileiros são líderes ainda em média de
pontos por jogo (2,16, contra 1,95
dos alemães, quintos colocados
neste quesito) e ficam à frente dos
rivais em média de gols por jogo
(com 2,16, estão em terceiro, contra 2,08 dos alemães, os sétimos).
É uma luta sem fim pelo topo
dos rankings que mais expressam
poder no futebol mundial. É como
se Ayrton Senna e Michael Schumacher fossem imortais e duelassem, cada um ao seu estilo, ao
longo dos séculos. Na Copa, curiosamente, Senna e Schumacher
nunca se cruzaram.
6 seleções sempre
A Fifa entende que seis países participaram de todas as Copas.
Além do Brasil, Bélgica, EUA, França, Iugoslávia e México se inscreveram para os 17 Mundiais. Algumas vezes, tais países nem chegaram a jogar, mas fizeram inscrições. Só o Brasil, porém, jogou todas as fases finais de Mundiais.
6 vitórias desta vez
Figo, Beckham ou Raúl? Mia Hamm, Tiffany Milbrett ou Sun Wen?
Teremos agora dois premiados como melhor do ano pela Fifa. O
melhor de 2001 foi talvez Verón ou Owen, mas Figo deve ganhar. Já
as concorrentes jogaram mais com o nome neste ano.
13 derrotas de novo
O 3 a 0 da França na Copa-98 sobre o time de Zagallo foi a 13ª derrota do Brasil em fase final de Copa. No Brasileiro-2000, o Flamengo sofreu na quinta-feira sua 13ª derrota.
E-mail - rbueno@folhasp.com.br
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