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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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FUTEBOL

Brasil e Espanha decidem 2º Mundial no ano e comprovam tendência

Ano escancara o domínio dos latinos em Mundiais

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca os latinos dominaram tantos os Mundiais como agora. Pela segunda vez no ano uma competição da Fifa vê uma decisão entre brasileiros e espanhóis.
Os mesmos quatro países que foram às semifinais do Mundial sub-17, jogado na Finlândia em agosto, também avançaram às semifinais do Mundial sub-20, que acontece nos Emirados Árabes Unidos. Esses quatro são latinos (Argentina e Colômbia caíram nas semifinais nos dois torneios).
Desde 1995 o Mundial juvenil não vê um campeão que não é latino. E desde 1987 o Mundial júnior não tem um vencedor que não é latino. O domínio nessas categorias já era verificado historicamente nas Copas do Mundo, principal torneio da Fifa -em apenas quatro Copas o campeão mundial não foi um país latino.
O único Mundial de Clubes organizado pela Fifa até hoje teve uma final brasileira. No total, os latinos venceram 64,7% de todos os Mundiais que a máxima entidade do futebol já realizou.
Esses números mostram que a ""febre africana" no futebol não vingou em Mundiais. Os países da África conseguiram quatro títulos do Mundial sub-17 e ensaiavam dividir com europeus e sul-americanos as principais conquistas do futebol. Desde 1995, porém, o continente está na fila.
Neste ano, a África não conseguiu colocar nenhum representante entre os oito melhores dos Mundiais júnior e juvenil.
A Europa não-latina, por sua vez, parou de ganhar títulos no final da década de 80. A última conquista de título mundial de um país europeu de ""sangue frio" ocorreu em 1990, quando a Alemanha ganhou a Copa da Itália.
Os africanos ainda conseguem obter sucesso no torneio olímpico de futebol (ficaram com o ouro nas duas últimas edições), que já foi dominado por países do leste europeu devido ao caráter amador que marcou a disputa durante grande parte do século 20. Apesar disso, Uruguai, Itália, França e Espanha conseguiram seus títulos.
Mas são várias as formas de se comprovar a tendência atual do futebol latino. O melhor jogador do mundo deste ano é francês: Zidane. O campeão do Mundial interclubes deste ano é argentino: o Boca Juniors. Das 13 eleições de melhor jogador da Fifa, dez foram vencidas por latinos (desde 1995 um não-latino não é escolhido).
O Mundial interclubes é obviamente dominado por latinos por reunir apenas times da América do Sul e da Europa, mas mesmo assim a hegemonia é grande -só 7 das 42 disputas até hoje registraram um campeão não-latino.
A Fifa elegeu o Real Madrid como o clube do século 20. Deu a Pelé e a Maradona troféus como melhores jogadores de todos os tempos -o do argentino se referia a uma votação feita na internet.
O século 21, porém, começa mais latino do que foi o século 20.


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