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FUTEBOL
Brasil e Espanha decidem 2º Mundial no ano e comprovam tendência
Ano escancara o domínio dos latinos em Mundiais
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca os latinos dominaram
tantos os Mundiais como agora.
Pela segunda vez no ano uma
competição da Fifa vê uma decisão entre brasileiros e espanhóis.
Os mesmos quatro países que
foram às semifinais do Mundial
sub-17, jogado na Finlândia em
agosto, também avançaram às semifinais do Mundial sub-20, que
acontece nos Emirados Árabes
Unidos. Esses quatro são latinos
(Argentina e Colômbia caíram
nas semifinais nos dois torneios).
Desde 1995 o Mundial juvenil
não vê um campeão que não é latino. E desde 1987 o Mundial júnior não tem um vencedor que
não é latino. O domínio nessas categorias já era verificado historicamente nas Copas do Mundo,
principal torneio da Fifa -em
apenas quatro Copas o campeão
mundial não foi um país latino.
O único Mundial de Clubes organizado pela Fifa até hoje teve
uma final brasileira. No total, os
latinos venceram 64,7% de todos
os Mundiais que a máxima entidade do futebol já realizou.
Esses números mostram que a
""febre africana" no futebol não
vingou em Mundiais. Os países da
África conseguiram quatro títulos
do Mundial sub-17 e ensaiavam
dividir com europeus e sul-americanos as principais conquistas do
futebol. Desde 1995, porém, o
continente está na fila.
Neste ano, a África não conseguiu colocar nenhum representante entre os oito melhores dos
Mundiais júnior e juvenil.
A Europa não-latina, por sua
vez, parou de ganhar títulos no final da década de 80. A última conquista de título mundial de um
país europeu de ""sangue frio"
ocorreu em 1990, quando a Alemanha ganhou a Copa da Itália.
Os africanos ainda conseguem
obter sucesso no torneio olímpico
de futebol (ficaram com o ouro
nas duas últimas edições), que já
foi dominado por países do leste
europeu devido ao caráter amador que marcou a disputa durante
grande parte do século 20. Apesar
disso, Uruguai, Itália, França e Espanha conseguiram seus títulos.
Mas são várias as formas de se
comprovar a tendência atual do
futebol latino. O melhor jogador
do mundo deste ano é francês: Zidane. O campeão do Mundial interclubes deste ano é argentino: o
Boca Juniors. Das 13 eleições de
melhor jogador da Fifa, dez foram
vencidas por latinos (desde 1995
um não-latino não é escolhido).
O Mundial interclubes é obviamente dominado por latinos por
reunir apenas times da América
do Sul e da Europa, mas mesmo
assim a hegemonia é grande -só
7 das 42 disputas até hoje registraram um campeão não-latino.
A Fifa elegeu o Real Madrid como o clube do século 20. Deu a Pelé e a Maradona troféus como melhores jogadores de todos os tempos -o do argentino se referia a
uma votação feita na internet.
O século 21, porém, começa
mais latino do que foi o século 20.
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