São Paulo, terça-feira, 18 de dezembro de 2007

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Para Cristiane, Copa-2014 deixará mulheres ainda mais escondidas

DO ENVIADO A ZURIQUE

Era dia de festa e consagração para Cristiane, que ficou entre as três melhores jogadoras do mundo. Mas isso não fez a atacante brasileira esquecer a falta de apoio e o preconceito que o futebol feminino enfrenta no Brasil. Para ela, a Copa de 2014 só agravará essa situação.
"Já não falam muito da gente. Imagine com todas as atenções voltadas para os meninos", disse Cristiane, antes da premiação. "Vamos ter mais dificuldades ainda, pois o futebol feminino ficará escondido."
Após jogar duas temporadas na Alemanha, a atacante voltou ao Brasil, onde ficou decepcionada. "Foram dois anos excelentes na Alemanha, aprendi muito. É triste voltar ao Brasil e não poder dar continuidade ao trabalho", disse Cristiane.
Ela confirmou que existe a possibilidade de se transferir no próximo ano para o time de Marta, o Umea (Suécia).
Embora veja redução do problema nos últimos anos, Cristiane vê o preconceito contra o futebol feminino como o maior obstáculo para o desenvolvimento de torneios regulares no Brasil. "Estamos engatinhando. Falta apoio, principalmente porque ainda há preconceito."
Já Marta cita progressos, como a final do futebol feminino do Pan, quando mais de 70 mil pessoas viram o Brasil ganhar o ouro no Maracanã. "Estamos derrubando os preconceitos aos poucos, mas ainda há desrespeito com as atletas."
"O futebol feminino só não cresce porque não tem apoio", disse Marta. "O apoio tem que partir de empresas e clubes. Foi feita a Copa do Brasil, mas o país não tem estrutura para uma grande competição." (MN)


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