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Para Cristiane, Copa-2014 deixará mulheres ainda mais escondidas
DO ENVIADO A ZURIQUE
Era dia de festa e consagração para Cristiane, que ficou
entre as três melhores jogadoras do mundo. Mas isso não fez
a atacante brasileira esquecer a
falta de apoio e o preconceito
que o futebol feminino enfrenta no Brasil. Para ela, a Copa de
2014 só agravará essa situação.
"Já não falam muito da gente. Imagine com todas as atenções voltadas para os meninos",
disse Cristiane, antes da premiação. "Vamos ter mais dificuldades ainda, pois o futebol
feminino ficará escondido."
Após jogar duas temporadas
na Alemanha, a atacante voltou
ao Brasil, onde ficou decepcionada. "Foram dois anos excelentes na Alemanha, aprendi
muito. É triste voltar ao Brasil e
não poder dar continuidade ao
trabalho", disse Cristiane.
Ela confirmou que existe a
possibilidade de se transferir
no próximo ano para o time de
Marta, o Umea (Suécia).
Embora veja redução do problema nos últimos anos, Cristiane vê o preconceito contra o
futebol feminino como o maior
obstáculo para o desenvolvimento de torneios regulares no
Brasil. "Estamos engatinhando. Falta apoio, principalmente
porque ainda há preconceito."
Já Marta cita progressos, como a final do futebol feminino
do Pan, quando mais de 70 mil
pessoas viram o Brasil ganhar o
ouro no Maracanã. "Estamos
derrubando os preconceitos
aos poucos, mas ainda há desrespeito com as atletas."
"O futebol feminino só não
cresce porque não tem apoio",
disse Marta. "O apoio tem que
partir de empresas e clubes. Foi
feita a Copa do Brasil, mas o
país não tem estrutura para
uma grande competição."
(MN)
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