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São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003

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PAN-AMERICANO

Para oito modalidades, uma boa participação em Santo Domingo pode garantir vaga na Olimpíada

Pan ganha força como atalho para Atenas

ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Desprestigiado por alguns países, que não viajam com seus principais atletas, o Pan-Americano de Santo Domingo-2003 reforçou sua vocação de atalho para a Olimpíada para modalidades menos tradicionais no Brasil.
O número de esportes beneficiados aumentou em relação aos Jogos-1999: de sete para oito.
Os atletas de boxe, handebol, hipismo (prova de saltos), hóquei sobre grama, pentatlo moderno, pólo aquático, tênis de mesa e triatlo tentarão em Santo Domingo vaga olímpica para 2004.
"Para nós, o Pan será mais importante que o Mundial [na Itália"", conta Heber Garcia Portella, presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno. "A competição será o caminho mais fácil para voltarmos à Olimpíada. O Mundial só classifica os três primeiros para Atenas. Ainda não atingimos esse nível", conclui.
O Brasil não disputa a Olimpíada no pentatlo moderno -modalidade que combina provas de atletismo, natação, esgrima, tiro esportivo e hipismo- desde os Jogos de Tóquio, em 1964.
Para o hipismo, a prova de saltos representa a última chance de o Brasil obter classificação para sua equipe nos Jogos de Atenas.
"Se não conseguirmos [a vaga olímpica" em Santo Domingo, iremos para a Grécia com, no máximo, dois cavaleiros para disputar a prova individual", preocupa-se Antonio João Azambuja, vice-presidente da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo).
O Brasil perdeu sua primeira chance de obter vaga olímpica nos Jogos Equestres Mundiais-02, quando ficou em nono -seis times se classificaram para Atenas.
Na última Olimpíada, o Brasil ganhou a vaga antecipadamente ao ficar em quinto nos Jogos Equestres de Roma-1998.
Um complicador para o Brasil é que a equipe não terá Rodrigo Pessoa, melhor cavaleiro do país e segundo colocado no ranking.
"Temos esperança de ele rever essa decisão", afirma Azambuja.
O tênis de mesa disputa o Pan tentando recuperar-se do fracasso de Winnipeg-1999. O país vem credenciado após bons resultados em torneios de categorias de base.
A maior conquista veio em julho do ano passado, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, quando Thiago Monteiro conquistou o título do Mundialito sub-21.
"Perdemos uma hegemonia de quatro Pans. Se todos fossem obrigados a jogar sem nenhum chinês naturalizado, teríamos vencido em Winnipeg", diz Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.

Inédito
Pela primeira vez, o Pan servirá de classificatório para o boxe. A vaga não será do atleta, mas do país, que sob determinadas circunstâncias pode ser obrigado a cedê-la a outro. ""Em um ano, muita coisa pode acontecer. O atleta pode se machucar. Caso o país não tenha um substituto à altura, perde a vaga", aponta Luiz Claudio Boselli, presidente da Confederação Brasileira de Boxe.
O hóquei sobre grama ainda não garantiu sua participação no Pan. ""Vamos jogar uma eliminatória em março, no Chile", conta Claudio Rocha, diretor técnico da Associação Brasileira de Hóquei sobre Grama e Indoor.
""É melhor garantir logo a vaga disputando o Pan do que ter de ir para um monte de etapas", diz.
No handebol, para a equipe masculina, o Pan-2003 será a última chance para ir aos Jogos. O outro classificatório é o Mundial de Portugal, que começa amanhã.
Para o feminino, o Pan não representa a última chance, pois também pode obter vaga em novembro, no Mundial da Croácia.
Os Mundiais distribuem sete vagas. No feminino, podem ser oito, caso o país vencedor do Pan seja um dos sete primeiros no Mundial. ""Faltam definições, tudo depende da distribuição das vagas por continentes. Mas acho que o Brasil precisa ficar entre os cinco primeiros", diz Fábio Melo, do departamento técnico da Confederação Brasileira de Handebol.


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