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PAN-AMERICANO
Para oito modalidades, uma boa participação em Santo Domingo pode garantir vaga na Olimpíada
Pan ganha força como atalho para Atenas
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Desprestigiado por alguns países, que não viajam com seus
principais atletas, o Pan-Americano de Santo Domingo-2003 reforçou sua vocação de atalho para a
Olimpíada para modalidades menos tradicionais no Brasil.
O número de esportes beneficiados aumentou em relação aos
Jogos-1999: de sete para oito.
Os atletas de boxe, handebol, hipismo (prova de saltos), hóquei
sobre grama, pentatlo moderno,
pólo aquático, tênis de mesa e
triatlo tentarão em Santo Domingo vaga olímpica para 2004.
"Para nós, o Pan será mais importante que o Mundial [na Itália"", conta Heber Garcia Portella,
presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno. "A
competição será o caminho mais
fácil para voltarmos à Olimpíada.
O Mundial só classifica os três
primeiros para Atenas. Ainda não
atingimos esse nível", conclui.
O Brasil não disputa a Olimpíada no pentatlo moderno -modalidade que combina provas de
atletismo, natação, esgrima, tiro
esportivo e hipismo- desde os
Jogos de Tóquio, em 1964.
Para o hipismo, a prova de saltos representa a última chance de
o Brasil obter classificação para
sua equipe nos Jogos de Atenas.
"Se não conseguirmos [a vaga
olímpica" em Santo Domingo,
iremos para a Grécia com, no máximo, dois cavaleiros para disputar a prova individual", preocupa-se Antonio João Azambuja, vice-presidente da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo).
O Brasil perdeu sua primeira
chance de obter vaga olímpica
nos Jogos Equestres Mundiais-02,
quando ficou em nono -seis times se classificaram para Atenas.
Na última Olimpíada, o Brasil
ganhou a vaga antecipadamente
ao ficar em quinto nos Jogos
Equestres de Roma-1998.
Um complicador para o Brasil é
que a equipe não terá Rodrigo
Pessoa, melhor cavaleiro do país e
segundo colocado no ranking.
"Temos esperança de ele rever
essa decisão", afirma Azambuja.
O tênis de mesa disputa o Pan
tentando recuperar-se do fracasso de Winnipeg-1999. O país vem
credenciado após bons resultados
em torneios de categorias de base.
A maior conquista veio em julho do ano passado, no ginásio do
Ibirapuera, em São Paulo, quando Thiago Monteiro conquistou
o título do Mundialito sub-21.
"Perdemos uma hegemonia de
quatro Pans. Se todos fossem
obrigados a jogar sem nenhum
chinês naturalizado, teríamos
vencido em Winnipeg", diz Alaor
Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
Inédito
Pela primeira vez, o Pan servirá
de classificatório para o boxe. A
vaga não será do atleta, mas do
país, que sob determinadas circunstâncias pode ser obrigado a
cedê-la a outro. ""Em um ano,
muita coisa pode acontecer. O
atleta pode se machucar. Caso o
país não tenha um substituto à altura, perde a vaga", aponta Luiz
Claudio Boselli, presidente da
Confederação Brasileira de Boxe.
O hóquei sobre grama ainda
não garantiu sua participação no
Pan. ""Vamos jogar uma eliminatória em março, no Chile", conta
Claudio Rocha, diretor técnico da
Associação Brasileira de Hóquei
sobre Grama e Indoor.
""É melhor garantir logo a vaga
disputando o Pan do que ter de ir
para um monte de etapas", diz.
No handebol, para a equipe
masculina, o Pan-2003 será a última chance para ir aos Jogos. O
outro classificatório é o Mundial
de Portugal, que começa amanhã.
Para o feminino, o Pan não representa a última chance, pois
também pode obter vaga em novembro, no Mundial da Croácia.
Os Mundiais distribuem sete
vagas. No feminino, podem ser
oito, caso o país vencedor do Pan
seja um dos sete primeiros no
Mundial. ""Faltam definições, tudo depende da distribuição das
vagas por continentes. Mas acho
que o Brasil precisa ficar entre os
cinco primeiros", diz Fábio Melo,
do departamento técnico da Confederação Brasileira de Handebol.
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