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IATISMO
Estatal negocia contrato direto com federação para não ter que pagar comissão de 25% para agência de marketing
Petrobras muda e foge de "pedágio" do COB
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Parceira do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) desde 1998, a Petrobras vai mudar sua estratégia
de patrocínio em 2003 para fugir
de um "pedágio" da entidade.
A estatal pretende evitar situações como a dos acordos que tinha com o COB e que terminaram
no dia 31 de dezembro.
Havia dois contratos. Cada um
de R$ 975 mil. O primeiro era entre a Petrobras e o COB, no qual a
FBVM (Federação Brasileira de
Vela e Motor) aparecia como beneficiária. O segundo foi firmado
apenas entre a estatal e o COB.
Foram abatidos R$ 243.750 de
cada um dos contratos para a comissão de 25% da agência de
marketing do COB, a IMG (International Management Group).
A federação de vela recebeu R$
731.250 referentes ao primeiro
contrato para bancar sua equipe
olímpica com 30 atletas em 2002.
E, segundo a Petrobras, havia
um acordo verbal para que parte
do segundo contrato fosse para o
iatismo, o que não aconteceu.
"O contrato em si não tinha nada disso, mas a Petrobras entendeu na época que parte da verba
deveria ter sido repassada para a
federação, para ajudar a equipe,
para a divulgação", disse Gilberto
Barros, gestor de projetos de esportes náuticos da Petrobras.
A estatal negocia agora um contrato direto com a federação para
fugir da "mordida" da agência de
marketing do COB. O acordo ainda não foi fechado, mas a Petrobras pretende aplicar menos do
que em 2002: cerca de R$ 500 mil.
Um dos fatores que levaram a
empresa a propor esse valor foi
uma redução no orçamento não
apenas no iatismo, mas na área de
esportes náuticos, que engloba
ainda remo, canoagem e surfe.
O retorno do patrocínio também não foi o previsto.
Segundo a estatal, o contrato
com verba destinada à vela foi assinado via COB por se tratar de
uma continuidade da parceria
que tinha com a entidade.
A Petrobras também se mostrou surpreendida pelo percentual descontado pela IMG, parceira do COB desde 2001.
"Esse foi um dos motivos [para
tentar fazer um novo contrato
sem o COB". Pegou a gente de surpresa, pelo alto valor. Fazendo diretamente, a gente já começa eliminando 25%", afirmou Barros.
A decisão da Petrobras vem logo depois do temor de que as estatais poderiam deixar de patrocinar o esporte, cortando inclusive
o apoio às entidades como o COB,
com a eleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Agora, o plano da estatal é que
os atletas beneficiados também
participem da negociação para
que haja mais transparência.
A federação diz que a proposta
de R$ 500 mil para um novo contrato é "inócua". "Nós demos um
bom resultado e tivemos um bom
progresso. Reduzir o valor é falta
de visão. Retorno de imagem se
faz a longo prazo", disse Reinaldo
José da Camara, vice-presidente-executivo da entidade.
Segundo ele, os gastos superaram o valor do contrato. "A alta
do dólar nos prejudicou."
Anteontem, a FBVM divulgou
ter acertado com os atletas o repasse da ajuda de custo de outubro, novembro e dezembro.
No ano passado, segundo a federação, os gastos com a equipe
olímpica chegaram a R$ 1 milhão.
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