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Para tentar hexa, Parreira aprende guerra de Scolari
Técnico lê mesma obra que guiou
comandante do penta e vê pouca
chance para novatos entre os 23
MARIO HUGO MONKEN
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O técnico da seleção brasileira,
Carlos Alberto Parreira, repetirá
na Copa da Alemanha um pouco
da estratégia usada por Luiz Felipe Scolari na conquista do pentacampeonato mundial em 2002.
Assim como ocorreu com seu
antecessor, o treinador começou
a ler o livro "A Arte da Guerra",
do filósofo chinês Sun Tzu, escrito
há mais de 2.500 anos e que traz a
idéia de que um Estado, na época,
só possuía chances de prosperar
através da batalha.
Para Parreira, a próxima Copa
do Mundo será uma "verdadeira
guerra". "Temos que estar preparados, com espírito guerreiro.
Ninguém vai querer dar de mão
beijada o título para o Brasil", disse ontem, em entrevista à Folha
na sede da CBF, no Rio.
No último Mundial, Scolari reproduziu para os atletas trechos
do livro, que ensina a bater os
oponentes com o uso do intelecto.
Frases extraídas da publicação,
como "defendemo-nos quando
nossa força é insuficiente; atacamos quando ela é sobeja", eram
ditas ao time antes dos jogos.
O destaque dado pelo técnico à
obra durante a competição foi
tanto que, depois da Copa, exemplares passaram a ser vendidos
com um adesivo que trazia, sem
autorização do treinador, a inscrição: "O livro do Felipão".
Parreira teve ontem seu primeiro dia de trabalho no ano e declarou que já tem praticamente fechada a relação de jogadores que
poderão ir à Copa do Mundo.
"Vamos ter dificuldades para
fechar o grupo. Temos um elenco
de jogadores que esteve conosco
nos últimos três anos, mas não há
vagas para todo mundo", disse.
O treinador afirmou que o atacante Fred, atualmente no Lyon
(França), aumentou suas chances
de disputar o Mundial devido à
contusão de Ricardo Oliveira.
Deu pouca chance a atletas como o atacante Nilmar, do Corinthians, e o goleiro Rogério, do São
Paulo. "A tendência é que a seleção seja convocada toda lá fora."
Parreira afirmou que deverá
viajar à Europa para assistir a
duas partidas da Copa dos Campeões. Quanto ao time titular, falou que suas dúvidas persistem no
meio-campo e no ataque. Na zaga, os contestados Lúcio e Roque
Júnior continuam prestigiados.
O técnico também falou sobre a
má fase do lateral-direito Cafu,
atualmente na reserva no Milan.
Segundo ele, o jogador, que detém o recorde de participações
em finais de Mundial (três), não
está totalmente garantido.
"Não é porque um jogador vai
mal em uma partida que será desconvocado. A média de atuações
ao longo do ano é que define. O
Cafu é experiente, e isso conta em
uma Copa do Mundo", disse.
Parreira disse considerar que a
realização de apenas um amistoso
-contra a Rússia, em Moscou,
em março- durante os seis meses de preparação para o Mundial
é muito pouco. Diante deste aspecto, a regra, que obriga o campeão do mundo a disputar as eliminatórias, foi fundamental.
"Foi ali que formamos uma base. Não sei o que seria da seleção
sem essa disputa", declarou.
Para o treinador, equipes como
o Japão, comandado por Zico, terão uma preparação melhor. "No
período que antecede a disputa na
Alemanha, eles vão jogar as eliminatórias da Copa da Ásia."
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