São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍTICA

Ministério só investiu 16,13% do total previsto no orçamento de 2005 e teve pior desempenho entre órgãos federais

Esporte foi o menos eficiente para gastar

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério do Esporte foi o órgão do governo federal que gastou menos, percentualmente, do total previsto no orçamento de 2005. Até agora, somente 16,13% do dinheiro previsto se transformou em investimento efetivo.
É o que comprovam dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) e do site www.contasabertas.com.br.
No site, há uma comparação da execução orçamentária entre todas as pastas e órgãos federais. Nesse levantamento, baseado no Siafi, o ministério utilizou somente 16,08% dos recursos.
Dados mais recentes do sistema obtidos pela Folha somaram 0,05% a esse percentual. Mesmo assim, a pasta do Esporte se mantém abaixo dos 17,18% do Ministério de Minas e Energia, que ocupa a segunda colocação entre os que menos usaram verbas do orçamento do ano passado.
Outras pastas, como Educação e Saúde, alcançaram índices de mais de 80% de recursos pagos do total previsto no início de 2005. O governo federal tem média de execução de 65,73%.
Pelo Siafi, estavam previstos gastos no Esporte de R$ 683,4 milhões no ano passado. O valor inclui também as emendas parlamentares à pasta.
Do total, R$ 424,1 milhões foram empenhados (gasto autorizado pelo governo). Mas, até agora, somente R$ 110,7 milhões chegaram ao seu destino.
Dentro do ministério, dois programas sociais foram os que receberam a maior parte dos recursos a que tinham direito.
Um deles, o Inserção Social pela Produção de Material Esportivo, que atende presidiários, registrou 70,13% de execução orçamentária, ou seja, R$ 10 milhões de R$ 14 milhões. Já o Segundo Tempo, cujo público são estudantes, chegou a 31,87% (R$ 50,8 milhões).
No programa Esporte e Lazer da Cidade, porém, foram pagos apenas 2,8% do total de R$ 365,8 milhões. Esse projeto inclui a construção de quadras e centros esportivos. Ou seja, só R$ 10,1 milhões foram investidos com essa finalidade em 2005.
Foi esse programa que registrou a maior diferença de verba entre o que deveria ser usado e o que acabou sendo executado pela pasta.
Outro problema está nos programas Esporte de Alto Rendimento e Rumo ao Pan-2007. No primeiro, que inclui investimento na base e na elite esportiva, 10,79% do total previsto chegaram ao destino final, ou seja, R$ 5,8 milhões. Para o Pan-2007, a verba investida chegou a 9,97% do total em 2005, o que permitiu a liberação de R$ 5,7 milhões.


Texto Anterior: Futebol - José Roberto Torero: O segundo dia
Próximo Texto: Dinheiro será usado neste ano, diz ministério
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.