São Paulo, terça, 19 de janeiro de 1999

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FUTEBOL
Técnico do Palmeiras, que estréia no domingo no Rio-São Paulo, reclama da política de renovação de contratos
Scolari volta de férias e critica diretoria

FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local

Um pouco mais magro, bronzeado e descontraído, o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, voltou ontem das férias com a verve de sempre.
Após comandar treino para reservas, novatos e juniores -os titulares só voltam no dia 25-, Scolari criticou a postura da diretoria palmeirense para renovar os contratos de alguns jogadores.
"O retorno dos titulares após a estréia no Rio-São Paulo (no próximo domingo, contra o Vasco) estava previsto, mas o que não está dentro do imaginado é o resultado dos contratos que estavam para ser renovados", disse o treinador.
Os goleiro Velloso e Sérgio, o volante Rogério, o meia Tiago e o lateral-esquerdo Rubens Júnior estão sem contrato, e, à exceção de Tiago, cujo empréstimo junto ao Juventude deverá ser prorrogado sem problemas, a definição das renovações não parece fácil.
"Não chegamos a um acordo em nenhum dos casos. Nenhuma renovação está fácil, mas todo ano é assim mesmo", declarou o diretor remunerado de Futebol do Palmeiras, Sebastião Lapolla.
O caso mais inusitado é o de Rubens Júnior. Emprestado ao Coritiba no ano passado, o lateral-esquerdo foi um dos destaques do Brasileiro-98, mas, ainda assim, o Palmeiras está oferecendo um salário menor do que o jogador ganhava no clube paranaense -cujo valor não foi revelado.
"Ainda estou sem acreditar, não esperava ouvir isso aí. Nunca imaginaria que o Palmeiras fosse oferecer isso", declarou Rubens Júnior, que interessa ao Porto (Portugal), que há duas semanas enviou representantes ao Brasil para contratá-lo (o Palmeiras pediu R$ 4 milhões, e o negócio não saiu).
A situação deixou Scolari irritado. "O Rubens Júnior não é um jogador que a gente queira ficar por ficar, mas um atleta em que a gente aposta bastante. Se o Palmeiras está oferecendo bem menos do que ele ganhava, e ele não quer renovar, tenho outro nomes para indicar: o Serginho, do São Paulo, o Felipe, do Vasco, o Roger, do Grêmio. Se sair mais barato, então contratem", afirmou Scolari, citando os laterais-esquerdos que considera mais valorizados hoje no Brasil.
"Cada contrato tem um teto salarial, um limite, e não podemos ultrapassá-lo", justificou Lapolla.
A renovação com Velloso também deve demorar. Segundo Lapolla, anteontem ocorreu a última conversa entre as partes, e não houve acordo. O passe do goleiro foi, então, arbitrado na FPF.
Numa demonstração de que sua relação com a direção não é hoje das melhores (embora o presidente Mustafá Contursi negue o conflito), Scolari se referiu à Parmalat quando quis elogiar o clube, e à "diretoria" ao criticar algo.



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