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FUTEBOL
Técnico do Palmeiras, que estréia no domingo no Rio-São Paulo, reclama da política de renovação de contratos
Scolari volta de férias e critica diretoria
FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local
Um pouco mais magro, bronzeado e descontraído, o técnico do
Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, voltou ontem das férias com a verve
de sempre.
Após comandar treino para reservas, novatos e juniores -os titulares só voltam no dia 25-, Scolari criticou a postura da diretoria
palmeirense para renovar os contratos de alguns jogadores.
"O retorno dos titulares após a
estréia no Rio-São Paulo (no próximo domingo, contra o Vasco)
estava previsto, mas o que não está
dentro do imaginado é o resultado
dos contratos que estavam para ser
renovados", disse o treinador.
Os goleiro Velloso e Sérgio, o volante Rogério, o meia Tiago e o lateral-esquerdo Rubens Júnior estão sem contrato, e, à exceção de
Tiago, cujo empréstimo junto ao
Juventude deverá ser prorrogado
sem problemas, a definição das renovações não parece fácil.
"Não chegamos a um acordo em
nenhum dos casos. Nenhuma renovação está fácil, mas todo ano é
assim mesmo", declarou o diretor
remunerado de Futebol do Palmeiras, Sebastião Lapolla.
O caso mais inusitado é o de Rubens Júnior. Emprestado ao Coritiba no ano passado, o lateral-esquerdo foi um dos destaques do
Brasileiro-98, mas, ainda assim, o
Palmeiras está oferecendo um salário menor do que o jogador ganhava no clube paranaense -cujo
valor não foi revelado.
"Ainda estou sem acreditar, não
esperava ouvir isso aí. Nunca imaginaria que o Palmeiras fosse oferecer isso", declarou Rubens Júnior, que interessa ao Porto (Portugal), que há duas semanas enviou representantes ao Brasil para
contratá-lo (o Palmeiras pediu R$
4 milhões, e o negócio não saiu).
A situação deixou Scolari irritado. "O Rubens Júnior não é um jogador que a gente queira ficar por
ficar, mas um atleta em que a gente
aposta bastante. Se o Palmeiras está oferecendo bem menos do que
ele ganhava, e ele não quer renovar, tenho outro nomes para indicar: o Serginho, do São Paulo, o Felipe, do Vasco, o Roger, do Grêmio. Se sair mais barato, então
contratem", afirmou Scolari, citando os laterais-esquerdos que
considera mais valorizados hoje
no Brasil.
"Cada contrato tem um teto salarial, um limite, e não podemos ultrapassá-lo", justificou Lapolla.
A renovação com Velloso também deve demorar. Segundo Lapolla, anteontem ocorreu a última
conversa entre as partes, e não
houve acordo. O passe do goleiro
foi, então, arbitrado na FPF.
Numa demonstração de que sua
relação com a direção não é hoje
das melhores (embora o presidente Mustafá Contursi negue o conflito), Scolari se referiu à Parmalat
quando quis elogiar o clube, e à
"diretoria" ao criticar algo.
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