São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 2011

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Idade de pilotos vira alvo de confederação

AUTOMOBILISMO
Após acidente em Interlagos com Paulo Kunze, 67, entidade estuda impor reciclagem


FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

Um dia depois do acidente com Paulo Kunze, 67, em Interlagos, a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) já cogita modificar a legislação para controle dos pilotos mais velhos.
Atualmente, existe somente limite mínimo de idade para a obtenção da cédula desportiva, documento que permite que um piloto possa disputar provas no Brasil.
"É um assunto que falei hoje [ontem] com o presidente do CTDN [Conselho Técnico do Desporto Nacional]", disse o presidente da confederação, Cleyton Pinteiro.
"Quando me falaram que o piloto tinha mais de 60 anos, perguntei se tínhamos algo sobre isso [a questão da idade]. É algo para se ter."
O dirigente afirmou que se tratou de uma conversa preliminar, mas citou o que acontece com a carteira de habilitação. "A gente vai colocar também uma reciclagem, ver se tem condições de continuar", afirmou Pinteiro.
Na renovação da carteira nacional de habilitação, a validade para motoristas até 65 anos é de cinco anos. Acima dessa idade, de apenas três.
Diretor esportivo do clube que organizou a prova em que Paulo Kunze se acidentou, Roberto Barrancos afirmou que não havia nenhum impedimento para o piloto.
"Ele realmente não é jovem. Mas, se a pessoa estiver com condições físicas normais, não existe nenhum impedimento", afirmou Barranco, acrescentando que Kunze apresentou o atestado de capacidade física necessário para a renovação da filiação.
O presidente do Conselho Técnico Desportivo Paulista, Carlos Roberto Montagner, reconhece que os reflexos diminuem com a idade, mas "quem determina é a CBA".
Montagner disse que um interessado "que não conheça nada" pode solicitar a carteira de piloto de competição, mas que são poucas as categorias que aceitam esse tipo de cédula desportiva.
"A potência dos carros de competição é muito grande. Não adianta andar bem na rua. Em um autódromo, você não vai conseguir andar."
Para correr em categorias superiores, é preciso atingir um currículo mínimo, com determinado número de provas e de classificações.
"Existe um degrau para se habilitar para o degrau de cima. E, se o piloto não atingir isso, ele continua no mesmo degrau até conseguir subir", afirmou Montagner.
A CBA pretende ter mais controle também na formação dos pilotos brasileiros.
O presidente da entidade afirmou que todas as escolas de pilotagem do país estão com licenças temporárias.
Hoje, os interessados fazem o curso e a prova na escola, que envia a documentação para a CBA para a emissão da cédula desportiva.
"Também já fui piloto, e acho que a prova deve ser ministrada por um piloto da CBA que possa falar: "Olha, você não passou, volta para a escola".", afirmou Pinteiro.
Sua intenção é que o novo formato de formação seja colocado em vigor em 2012.


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