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Mineirão lotado vê jogo violento pelas quartas-de-final da Libertadores
Juiz perde controle do jogo ainda no primeiro tempo, mostra dez cartões,
mas não contém truculência dos dois times, que decidirão a vaga na terça
Desleais, Corinthians e Atlético-MG empatam
DA REPORTAGEM LOCAL
O Mineirão assistiu ontem a um
jogo da Libertadores-2000 com o
estilo da competição nos anos 60.
Com uma arbitragem pouco rigorosa de Luciano Augusto Almeida, Corinthians e Atlético-MG empataram em 1 a 1, em uma
partida marcada pela catimba,
violência e lances com pouco espírito esportivo, como uma cusparada de Cleisson, do time mineiro, em Adílson, que antes já
havia distribuído vários empurrões e palavrões aos adversários.
A segunda partida da série, que
reedita a final do Brasileiro-99,
acontece na próxima terça-feira,
quando os dois times irão se enfrentar no Morumbi.
Para chegar às semifinais da Libertadores pela primeira vez na
sua história, o Corinthians -que
nas últimas duas edições que disputou do torneio foi eliminado
nas quartas-de-final por um rival
brasileiro- precisa de uma vitória por qualquer resultado (em
caso de empate, a vaga será decidida nos pênaltis).
Durante todo o encontro de ontem, as oportunidades perdidas,
as reclamações e as entradas violentas -dos dois lados- foram a
tônica do jogo.
Com menos de 30 segundos, o
meia Ramon, com a bola parada,
deu uma entrada violenta no
meia-atacante Marcelinho.
Aos 2min, Luizão, livre, invadiu
a área, mas tocou fraco, facilitando a defesa de Velloso, o goleiro
do Atlético-MG.
Depois, com os zagueiros corintianos reclamando da arbitragem
em todos os lances -Fábio Luciano recebeu cartão amarelo logo no início-, o time mineiro começou a tomar conta do jogo.
Aos 12min, Marques, depois de
boa jogada individual, chutou
forte da entrada da pequena área,
exigindo difícil defesa de Dida.
Mesmo com a posse de bola na
maior parte do tempo, o Atlético-MG, que pela primeira vez na Libertadores-2000 não venceu no
Mineirão, tinha dificuldades em
invadir a área do Corinthians. O
time paulista ainda conseguia armar contra-ataques perigosos.
Aos 30min, por exemplo, depois de cruzamento de Luizão, Ricardinho quase abriu o placar -o
chute do meia acabou desviado
pela defesa do Atlético-MG.
Nas poucas oportunidades em
que furava o bloqueio corintiano,
o time mineiro esbarrava em Dida. Como aos 35min, quando o
goleiro, que desfalcará o time na
segunda partida da série, por estar
servindo a seleção, fez outra grande defesa, em chute de Ramon.
Com o Atlético-MG mostrando
nervosismo exagerado (o meia
Cleisson abusava dos lances desleais e o atacante Guilherme reclamava do juiz e de seus companheiros), o time paulista acabou
abrindo o placar aos 42min, depois de um cruzamento de Marcelinho, que Luizão desviou com
a cabeça.
Foi o 12º gol na Libertadores-2000 do atacante corintiano, que
lidera a lista de artilheiros da
competição sul-americana. Ele
ainda reclama de um gol que marcou contra o Olimpia e que a arbitragem atribuiu a seu companheiro Kléber.
Na saída para o intervalo, o
Atlético-MG se queixou da arbitragem, principalmente em dois
lances duvidosos na área corintiana, em que os mineiros reclamaram a marcação de pênaltis.
"Estamos sendo roubados",
afirmou o atacante Guilherme,
que teve atuação apagada na primeira etapa.
Além dos pênaltis, o time mineiro reclamou, com razão, da
atuação dos bandeirinhas, que erraram em vários lances do ataque
do time mandante.
No segundo tempo, que também começou com jogadas ríspidas dos dois lados, o Atlético-MG
voltou pressionando.
Aos 7min, depois de cruzamento de Cleisson, Guilherme quase
marca, de cabeça, o gol de empate
da equipe mineira.
Cinco minutos depois, o Atlético-MG igualou o placar, em uma
cobrança de pênalti efetuada por
Guilherme.
Depois do gol mineiro, foi a vez
do Corinthians se desequilibrar
em campo -Marcelinho fez falta
violenta em um adversário, mas
só recebeu o cartão amarelo.
Logo, porém, o time paulista retomou o controle do jogo, segurando o placar, depois de mais de
uma dezena de faltas desleais das
duas equipes e da falta da objetividade do ataque do Atlético-MG.
E no final, depois de todas as
formas de jogo desleal possíveis, a
partida terminou sem um jogador
expulso sequer.
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