São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2000


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Mineirão lotado vê jogo violento pelas quartas-de-final da Libertadores
Juiz perde controle do jogo ainda no primeiro tempo, mostra dez cartões, mas não contém truculência dos dois times, que decidirão a vaga na terça
Desleais, Corinthians e Atlético-MG empatam

DA REPORTAGEM LOCAL

O Mineirão assistiu ontem a um jogo da Libertadores-2000 com o estilo da competição nos anos 60. Com uma arbitragem pouco rigorosa de Luciano Augusto Almeida, Corinthians e Atlético-MG empataram em 1 a 1, em uma partida marcada pela catimba, violência e lances com pouco espírito esportivo, como uma cusparada de Cleisson, do time mineiro, em Adílson, que antes já havia distribuído vários empurrões e palavrões aos adversários. A segunda partida da série, que reedita a final do Brasileiro-99, acontece na próxima terça-feira, quando os dois times irão se enfrentar no Morumbi. Para chegar às semifinais da Libertadores pela primeira vez na sua história, o Corinthians -que nas últimas duas edições que disputou do torneio foi eliminado nas quartas-de-final por um rival brasileiro- precisa de uma vitória por qualquer resultado (em caso de empate, a vaga será decidida nos pênaltis). Durante todo o encontro de ontem, as oportunidades perdidas, as reclamações e as entradas violentas -dos dois lados- foram a tônica do jogo. Com menos de 30 segundos, o meia Ramon, com a bola parada, deu uma entrada violenta no meia-atacante Marcelinho. Aos 2min, Luizão, livre, invadiu a área, mas tocou fraco, facilitando a defesa de Velloso, o goleiro do Atlético-MG. Depois, com os zagueiros corintianos reclamando da arbitragem em todos os lances -Fábio Luciano recebeu cartão amarelo logo no início-, o time mineiro começou a tomar conta do jogo. Aos 12min, Marques, depois de boa jogada individual, chutou forte da entrada da pequena área, exigindo difícil defesa de Dida. Mesmo com a posse de bola na maior parte do tempo, o Atlético-MG, que pela primeira vez na Libertadores-2000 não venceu no Mineirão, tinha dificuldades em invadir a área do Corinthians. O time paulista ainda conseguia armar contra-ataques perigosos. Aos 30min, por exemplo, depois de cruzamento de Luizão, Ricardinho quase abriu o placar -o chute do meia acabou desviado pela defesa do Atlético-MG. Nas poucas oportunidades em que furava o bloqueio corintiano, o time mineiro esbarrava em Dida. Como aos 35min, quando o goleiro, que desfalcará o time na segunda partida da série, por estar servindo a seleção, fez outra grande defesa, em chute de Ramon. Com o Atlético-MG mostrando nervosismo exagerado (o meia Cleisson abusava dos lances desleais e o atacante Guilherme reclamava do juiz e de seus companheiros), o time paulista acabou abrindo o placar aos 42min, depois de um cruzamento de Marcelinho, que Luizão desviou com a cabeça. Foi o 12º gol na Libertadores-2000 do atacante corintiano, que lidera a lista de artilheiros da competição sul-americana. Ele ainda reclama de um gol que marcou contra o Olimpia e que a arbitragem atribuiu a seu companheiro Kléber. Na saída para o intervalo, o Atlético-MG se queixou da arbitragem, principalmente em dois lances duvidosos na área corintiana, em que os mineiros reclamaram a marcação de pênaltis. "Estamos sendo roubados", afirmou o atacante Guilherme, que teve atuação apagada na primeira etapa. Além dos pênaltis, o time mineiro reclamou, com razão, da atuação dos bandeirinhas, que erraram em vários lances do ataque do time mandante. No segundo tempo, que também começou com jogadas ríspidas dos dois lados, o Atlético-MG voltou pressionando. Aos 7min, depois de cruzamento de Cleisson, Guilherme quase marca, de cabeça, o gol de empate da equipe mineira. Cinco minutos depois, o Atlético-MG igualou o placar, em uma cobrança de pênalti efetuada por Guilherme. Depois do gol mineiro, foi a vez do Corinthians se desequilibrar em campo -Marcelinho fez falta violenta em um adversário, mas só recebeu o cartão amarelo. Logo, porém, o time paulista retomou o controle do jogo, segurando o placar, depois de mais de uma dezena de faltas desleais das duas equipes e da falta da objetividade do ataque do Atlético-MG. E no final, depois de todas as formas de jogo desleal possíveis, a partida terminou sem um jogador expulso sequer.


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