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São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2003

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VÔLEI

Chegou a hora

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Pode se preparar: sábado começa a luta da seleção brasileira em busca do terceiro título da Liga Mundial. Esse é o torneio mais bacana da temporada: foi ele que globalizou o vôlei. Desde 1990, quando foi disputada a primeira edição, as principais seleções do mundo passaram a se enfrentar todos os anos.
Resultado: os times evoluíram com o intercâmbio anual. Antes, os grandes duelos só aconteciam a cada dois anos: nos Mundiais e nas Olimpíadas. Nesta Liga, serão quase dois meses de jogos. Vai dar para saber como estão as principais seleções. Em ano pré-olímpico, é uma informação valiosa.
Para não falar só das flores, vale lembrar que a Liga está manchada pela politicagem. A Argentina está fora do torneio. Tudo por causa da troca de acusações de corrupção entre o presidente da federação internacional, Rubén Acosta, e o ex-presidente da federação argentina Mario Goijman.
O time argentino, que ficou em sexto lugar no último Mundial, foi substituído pela República Tcheca, a 15ª colocada. Todos perdem com isso: os atletas, que já estavam treinando para a Liga; os adversários, que não terão a chance de enfrentar a Argentina; e o vôlei, já que a política falou mais alto do que o esporte.
Sobre a competição, todos os olhos estarão voltados para a França, a surpresa do último Mundial. O time foi medalha de bronze, ficou atrás só de Brasil e Rússia. Acabou na frente de dois favoritos: Iugoslávia e Itália. Na estréia, no fim de semana, os franceses venceram os dois jogos contra a República Tcheca.
A Itália também merece atenção. A equipe está com técnico novo: Gian Paolo Montali. Ele tem a missão de reerguer o time, que ficou em quinto no Mundial, colocação que custou o cargo de Andrea Anastasi. O maior objetivo é preparar uma equipe para obter o ouro nos Jogos de Atenas.
Montali já conta com pelo menos uma vantagem em relação ao técnico anterior: a volta do levantador Meoni, que havia dois anos não defendia a seleção.
No mais, a relação de convocados é basicamente a mesma do Mundial da Argentina. A Itália está na chave do Brasil, que tem ainda Portugal e Alemanha.
Já na seleção brasileira a disputa pela posição de levantador vai ferver. Maurício, titular há mais de 14 anos, nunca teve um reserva que ameaçasse tanto sua posição como Ricardinho, que anda em fase iluminada. Conquistou o título brasileiro pela Ulbra e foi contratado para o lugar de Maurício, no Minas.
Ricardinho, 1,91 m, é canhoto e mais alto que Maurício, de 1,84 m. Mas os dois têm também muitas semelhanças. São ousados, jogam com muita velocidade e não têm dúvidas sobre o talento deles. Lembro que Maurício, nas primeiras convocações para a seleção, já falava que iria deixar Wil-liam no banco de reservas.
Sorte de Bernardinho, que tem dois grandes levantadores. Na bolsa de apostas da Liga, não tem mistério. Quatro times são os eternos candidatos ao título: Brasil, Rússia, Itália e Iugoslávia. Mas dá para apostar as fichas na seleção brasileira.

Treviso é campeão
O Sisley Treviso conquistou o título de campeão italiano ao derrotar o Modena, do brasileiro Dante, por 3 sets a 1 (parciais de 25/21, 25/16, 20/25 e 25/23). Com o resultado, o Treviso, que já havia vencido o Modena duas vezes, fechou a série melhor de cinco em 3 a 1. É o sexto título da equipe, que fez também a melhor campanha do torneio.

O dono da bola
O gigante russo Dineikin, de 2,16 m, foi o destaque do Treviso e maior pontuador da partida com 27 pontos. A equipe conta também com Papi, Fei, Vermiglio, Tencati e Cisolla, todos da seleção italiana. O maior pontuador do Modena foi outro russo, o atacante Iakovlev, com 18 pontos. Dante, que retorna nesta semana ao Brasil e se apresenta ao técnico Bernardinho, marcou dez pontos.

E-mail cidasan@uol.com.br



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