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VÔLEI
Chegou a hora
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Pode se preparar: sábado começa a luta da seleção brasileira em busca do terceiro título
da Liga Mundial. Esse é o torneio
mais bacana da temporada: foi
ele que globalizou o vôlei. Desde
1990, quando foi disputada a primeira edição, as principais seleções do mundo passaram a se enfrentar todos os anos.
Resultado: os times evoluíram
com o intercâmbio anual. Antes,
os grandes duelos só aconteciam
a cada dois anos: nos Mundiais e
nas Olimpíadas. Nesta Liga, serão
quase dois meses de jogos. Vai dar
para saber como estão as principais seleções. Em ano pré-olímpico, é uma informação valiosa.
Para não falar só das flores, vale
lembrar que a Liga está manchada pela politicagem. A Argentina
está fora do torneio. Tudo por
causa da troca de acusações de
corrupção entre o presidente da
federação internacional, Rubén
Acosta, e o ex-presidente da federação argentina Mario Goijman.
O time argentino, que ficou em
sexto lugar no último Mundial,
foi substituído pela República
Tcheca, a 15ª colocada. Todos
perdem com isso: os atletas, que já
estavam treinando para a Liga;
os adversários, que não terão a
chance de enfrentar a Argentina;
e o vôlei, já que a política falou
mais alto do que o esporte.
Sobre a competição, todos os
olhos estarão voltados para a
França, a surpresa do último
Mundial. O time foi medalha de
bronze, ficou atrás só de Brasil e
Rússia. Acabou na frente de dois
favoritos: Iugoslávia e Itália. Na
estréia, no fim de semana, os
franceses venceram os dois jogos
contra a República Tcheca.
A Itália também merece atenção. A equipe está com técnico
novo: Gian Paolo Montali. Ele
tem a missão de reerguer o time,
que ficou em quinto no Mundial,
colocação que custou o cargo de
Andrea Anastasi. O maior objetivo é preparar uma equipe para
obter o ouro nos Jogos de Atenas.
Montali já conta com pelo menos uma vantagem em relação ao
técnico anterior: a volta do levantador Meoni, que havia dois anos
não defendia a seleção.
No mais, a relação de convocados é basicamente a mesma do
Mundial da Argentina. A Itália
está na chave do Brasil, que tem
ainda Portugal e Alemanha.
Já na seleção brasileira a disputa pela posição de levantador vai
ferver. Maurício, titular há mais
de 14 anos, nunca teve um reserva
que ameaçasse tanto sua posição
como Ricardinho, que anda em
fase iluminada. Conquistou o título brasileiro pela Ulbra e foi
contratado para o lugar de Maurício, no Minas.
Ricardinho, 1,91 m, é canhoto e
mais alto que Maurício, de 1,84
m. Mas os dois têm também muitas semelhanças. São ousados, jogam com muita velocidade e não
têm dúvidas sobre o talento deles.
Lembro que Maurício, nas primeiras convocações para a seleção, já falava que iria deixar Wil-liam no banco de reservas.
Sorte de Bernardinho, que tem
dois grandes levantadores. Na
bolsa de apostas da Liga, não tem
mistério. Quatro times são os
eternos candidatos ao título: Brasil, Rússia, Itália e Iugoslávia.
Mas dá para apostar as fichas na
seleção brasileira.
Treviso é campeão
O Sisley Treviso conquistou o título de campeão italiano ao derrotar
o Modena, do brasileiro Dante, por 3 sets a 1 (parciais de 25/21, 25/16,
20/25 e 25/23). Com o resultado, o Treviso, que já havia vencido o
Modena duas vezes, fechou a série melhor de cinco em 3 a 1. É o sexto
título da equipe, que fez também a melhor campanha do torneio.
O dono da bola
O gigante russo Dineikin, de 2,16 m, foi o destaque do Treviso e
maior pontuador da partida com 27 pontos. A equipe conta também
com Papi, Fei, Vermiglio, Tencati e Cisolla, todos da seleção italiana.
O maior pontuador do Modena foi outro russo, o atacante Iakovlev,
com 18 pontos. Dante, que retorna nesta semana ao Brasil e se apresenta ao técnico Bernardinho, marcou dez pontos.
E-mail cidasan@uol.com.br
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