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São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2003

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FUTEBOL

Briga de gente grande

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O empate de ontem com o todo-poderoso Cruzeiro, em pleno Mineirão, pode não ter apagado o trauma da derrota para o River Plate, mas mostrou aos corintianos o caminho da recuperação: aplicação tática, toque de bola, equilíbrio emocional.
Se o Corinthians tivesse jogado assim com os argentinos, talvez seu destino na Libertadores fosse outro. O jogo de ontem foi disputado palmo a palmo, com cada time "girando" a bola e esperando a brecha do rival para dar o bote.
Numa partida equilibrada como essa, há duas principais maneiras de vencer a marcação adversária: a jogada de linha de fundo e a tabela rápida pelo meio. Ambas exigem entrosamento e qualidade técnica por parte dos executantes.
O gol corintiano foi do primeiro tipo; o cruzeirense, do segundo. No primeiro, Jorge Wagner chegou à linha de fundo, levantou a cabeça e cruzou na medida para a conclusão de Gil. No empate cruzeirense, uma rápida troca de passes curtos entre vários jogadores desnorteou a defesa alvinegra e deixou Deivid na cara do gol.
Não foi um jogo de correria burra ou "chuveirinhos" inócuos, como tantos que temos visto. Foi uma bela partida de futebol.
No primeiro tempo, a meu ver, o Corinthians esteve ligeiramente mais bem postado em campo que o Cruzeiro. Quando joga com três zagueiros (formação que abandonou nas últimas partidas por conta da contusão de Luisão), o time libera para o apoio seus bons laterais, Maurinho e Leandro, que passam a ser autênticos alas.
Ontem, com dois zagueiros e três volantes (Maldonado, Wendell e Recife), o Cruzeiro ainda reteve seus laterais no primeiro tempo, diminuindo assim suas opções ofensivas.
Na segunda etapa, houve duas mudanças cruciais: a entrada de Zinho e a mudança de posicionamento de Maldonado, que passou a ser quase um terceiro zagueiro.
Com isso, os laterais se soltaram mais e o meio-de-campo ficou mais criativo. Cansados, os times passaram a dar mais espaços para os oponentes. O resultado foi um jogo franco, empolgante e indefinido até o último momento.
As águas argentinas passaram. O Corinthians enfrentou de igual para igual o melhor time do Brasil e mostrou que ainda pode ser chamado de Timão.
 
O São Paulo venceu o Paraná, mas jogou muito mal. Sem organização, sem criatividade e principalmente sem alegria, o tricolor teve menos chances de gol que a equipe paranaense.
Para piorar, Ricardinho saiu contundido e a torcida, pequena e hostil, parecia estar torcendo contra, o que aumentou a intranquilidade dos jogadores. Kaká, por exemplo, foi vaiado mesmo depois de ter feito o primeiro gol.
 
O Guarani fez bonito, enfrentando o Flamengo no Maracanã como se estivesse no Brinco de Ouro. Aos poucos, o técnico Pepe molda a equipe de acordo com seu gosto e sua sabedoria.

Justo o Cruzeiro
Na coluna de anteontem, quando mencionei os poucos clubes que desafiaram a hegemonia do "trio de ferro" paulista nos anos 90, deixei de fora, imperdoavelmente, o Cruzeiro, ganhador de uma Taça Libertadores e de três Copas do Brasil, entre outras conquistas. Devo esse reparo a um punhado de leitores atentos.

Alívio alviverde
O Palmeiras voltou a respirar. A goleada de 4 a 0 sobre o São Raimundo pode ser o começo de uma reação consistente na Série B. O bom resultado restaura, ao menos momentaneamente, a autoconfiança do elenco e garante uma trégua por parte da torcida. Mas a situação ainda é crítica e qualquer novo tropeço poderá romper esse equilíbrio delicado.

E-mail jgcouto@uol.com.br



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