São Paulo, Quarta-feira, 19 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS
Favoritismo

THALES DE MENEZES
No dia 29 de julho do ano passado, tendo como tema a tese "ranking é circunstância", esta coluna defendia que Gustavo Kuerten era um dos oito melhores do mundo. A lista do colunista tinha, além do brasileiro, Pete Sampras, Marcelo Ríos, Carlos Moyá, Patrick Rafter, Thomas Muster, Andre Agassi e Boris Becker. Quanto a Yegveny Kafelnikov, era e ainda é um tenista inferior aos indicados.
Considerando que Muster, Becker e Agassi já dobraram o Cabo da Boa Esperança no tênis e amargam o final de suas carreiras, sobra um quinteto.
E, como nenhum novo nome emplacou neste último ano, os cinco permanecem como a elite do mundo das raquetes.
Com uma pequena mudança, é verdade. Kuerten é o único em franca ascensão.
O brasileiro é o favorito para vencer o Aberto da França, que começa na próxima semana no complexo de Roland Garros, em Paris. Nenhuma novidade nisso. A afirmação está sendo repetida exaustivamente por toda a imprensa desde o domingo.
Resta apenas entender o que é favoritismo.
Kuerten vai ganhar?
Quem sabe?
Kuerten deve ganhar?
Deve, sem dúvida.
Porque ninguém está jogando mais do que o brasileiro no saibro. Para falar a verdade, ninguém está ao menos chegando perto dele.
Se ele não levantar o título em Paris, será por pura "zebra", esse tempero extra que o esporte oferece aos adeptos.
O importante é que o torcedor brasileiro pode começar a acompanhar Roland Garros com a mesma altivez que costuma envergar na estréia de uma Copa do Mundo de futebol.
Aquela confiança inabalável de ser torcedor da melhor seleção do mundo pode ser experimentada com a raquete.
Hoje, Gustavo Kuerten é mesmo o melhor do mundo. Se nenhum Zidane cruzar seu caminho, ele traz o caneco.

NOTAS
Atrás do recorde
A pergunta que não quer calar: quando Pete Sampras vai voltar a jogar como número um do mundo? Um palpite pega bem. Sampras só está preocupado com dois torneios neste ano: Wimbledon e US Open. Se vencer ambos, bate o australiano Roy Emerson e passa a ser, com 13 títulos, o maior vencedor de torneios do Grand Slam.

Erro de cálculo
Pisada na bola na coluna da semana passada. Disse que a Argentina tinha oito tenistas entre os cem melhores da ATP e listei sete. Pois é, são sete mesmo. A Argentina tem oito tenistas entre os cem melhores do ranking juvenil da Federação Internacional de Tênis.

Novo visual
Diante de tanta discussão a respeito do corte de cabelo de Gustavo Kuerten, este colunista promete imitá-lo se o tenista ganhar o bi em Roland Garros.

E-mail thales@folhasp.com.br


Texto Anterior: José Roberto Torero: Mais tecnologia para o futebol! Ou não
Próximo Texto: Tostão: Sorte ou competência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.