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OITAVAS/ ONTEM
Turquia vence 1º mata-mata e elimina anfitrião
Aventura de japoneses em casa chega ao fim
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MIYAGI
"A aventura acabou." Apenas
nessa frase o técnico Philippe
Troussier, do Japão, acertou ontem. A Turquia fez 1 a 0 no anfitrião da Copa em Miyagi e avançou às quartas-de-final -vai enfrentar agora o Senegal.
No primeiro mata-mata em
Mundiais para japoneses e turcos,
o francês que dirige o Japão foi decisivo. Escalou mal, mexeu mal e,
após a partida, com a eliminação
de sua equipe, chorou, como vários torcedores e jogadores.
""O mundo assistiu ao jogo. Não
há dúvidas de que fizemos nosso
melhor. Eu penso que estamos
aptos a dar alegria às pessoas. Eu
respeito nosso valor, que é um futebol agressivo", disse Troussier,
que deixou o atacante Morishima,
o melhor do jogo anterior, no
banco até os 40min da etapa final.
O futebol do Japão foi tudo ontem, menos agressivo. Com o zagueiro Morioka, um dos mais experientes da equipe, na reserva, a
Turquia fez seu gol em um lance
dos mais simples -num escanteio cobrado quase na pequena
área, Davala subiu sozinho e cabeceou para o gol.
Segundo o meia Nakata, maior
ídolo japonês, faltou concentração e teria sobrado um pouco de
"salto alto" no início da partida.
"No começo, talvez", disse.
Antes do jogo, alguns jogadores
japoneses já falavam de uma semifinal contra Brasil ou Inglaterra
e até de uma possível final.
""Fomos desmerecidos. Mas o
Japão tem um time muito bom.
Fizeram um grande trabalho nos
últimos anos. A Turquia irá representar o Japão agora no torneio",
afirmou Senol Gunes, técnico turco, em uma tentativa de conquistar a torcida local para o confronto de sábado contra o Senegal.
No intervalo da partida, Troussier tirou o brasileiro naturalizado
japonês Alex, que jogava bem, e o
volante Inamoto, melhor atleta do
time na competição. Colocou
Ichikawa, não conseguiu o efeito
esperado e o trocou também.
"Foi bom em termos táticos",
disse Nakata sobre as alterações
de Troussier, embora tenha tido
problemas com o treinador antes
da Copa. "Meu futuro na seleção
depende do técnico", disse ele.
A chuva ontem, segundo turcos
e japoneses, foi melhor para os
europeus. "Depois do gol, nossa
defesa jogou bem. A chuva foi boa
para nós. É um grande dia para a
Turquia", disse Unsal.
"Eles são muito bons com campo pesado. Conseguiram passar a
bola rapidamente e bem", disse o
atacante japonês Ono.
Davala, autor do gol turco, disse
que o Japão não foi agressivo como afirmou o técnico Troussier.
"Eles não foram perigosos na
frente do gol", afirmou.
Gunes parece ter entendido melhor o que aconteceu com o time
japonês, que nesta Copa conseguiu seus primeiros pontos e suas
primeiras vitórias em Mundiais.
"Eles são anfitriões. Tinham muita pressão. Nós tentamos fazer
um jogo defensivo, e eles pensaram fazer o mesmo."
Os torcedores no estádio, apesar da frustração com a derrota,
aplaudiram seus jogadores no final da partida -estes deram volta olímpica e saudaram os fãs.
"Nós poderíamos ter ido mais
longe no torneio, mas aprendemos algumas coisas. A atmosfera,
os fãs e os estádios foram muito
bons. Eu sei que isso será uma
grande experiência para o nosso
time", afirmou Nakata.
Não está certo ainda o futuro de
Troussier e do Japão até 2006.
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