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BRASIL
Jamaicano até pediu desculpas a capitão da equipe por ter falhado em lance no 1º tempo
Fifa diz que árbitro admitiu erro ao anular gol dos belgas
DO ENVIADO A TSUNA
A Fifa confirmou ontem declaração de Marc Wilmots, segundo
a qual o árbitro jamaicano Peter
Prendergast pediu-lhe desculpas
por ter anulado um gol do capitão
belga no primeiro tempo da partida contra a seleção brasileira.
Wilmots disse, em entrevista a
uma emissora de TV belga, que
foi reclamar com Prendergast do
lance e o juiz admitiu que havia
errado. Ele teria visto o replay no
intervalo e reconhecido não ter
havido irregularidade.
""Mas aí já era tarde. Fiquei satisfeito porque ele foi sincero e lamentou o erro. Assim é o futebol,
agora não adianta reclamar", disse o atleta. ""Mas que é chato sair
dessa forma é", completou.
De acordo com a assessoria da
entidade que dirige o futebol,
Prendergast realmente teria conversado com Wilmots -e um
pouco depois com o técnico Waseige- e lamentado o que considerou uma falha crucial.
Independentemente de ele ter
dito ou não que errou, a Fifa afirmou que não se pronunciaria sobre o lance nem puniria o árbitro.
O juiz jamaicano teria contatado a
entidade em caráter informal.
Não teria abordado o lance do gol
anulado em seu relatório oficial
-nem precisaria fazê-lo, segundo a Fifa, porque, mesmo que o
árbitro tenha errado, o resultado
da partida é aquele e pronto.
O departamento de comunicação da Fifa lembrou que, em 1986,
na estréia do Brasil na Copa disputada no México, o time chegou
a levar um gol da Espanha numa
bola que bateu no travessão, atravessou a linha, mas o juiz achou
que não tivesse entrado e mandou
a partida prosseguir. Lembrou
ainda o gol de Maradona marcado com a mão contra a Inglaterra
na mesma competição.
Nos dois casos, os árbitros reconheceram o erro, mas nem por isso foram punidos. Mesmo que o
jamaicano admita oficialmente a
falha -até agora teria dito apenas
informalmente-, a Fifa não deve
punir o árbitro.
Robert Waseige, que deixou o
comando da Bélgica após a derrota, lamentou ""o que nos fizeram",
mas disse não acreditar que o erro
do juiz tenha sido intencional.
Indagado se o fato de o brasileiro Ricardo Teixeira, um dos principais aliados de Joseph Blatter, o
presidente da Fifa, ser o homem-forte do Comitê de Arbitragem
poderia ter tido influência no ato
do juiz, Waseige disse que não.
""Em nenhum momento, fizemos insinuação alguma, porque
não acredito nisso. Ele [juiz" errou, pois todos nós erramos. Só
lamento que tenha sido contra a
Bélgica."
(JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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