São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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BRASIL

Jamaicano até pediu desculpas a capitão da equipe por ter falhado em lance no 1º tempo

Fifa diz que árbitro admitiu erro ao anular gol dos belgas

DO ENVIADO A TSUNA

A Fifa confirmou ontem declaração de Marc Wilmots, segundo a qual o árbitro jamaicano Peter Prendergast pediu-lhe desculpas por ter anulado um gol do capitão belga no primeiro tempo da partida contra a seleção brasileira.
Wilmots disse, em entrevista a uma emissora de TV belga, que foi reclamar com Prendergast do lance e o juiz admitiu que havia errado. Ele teria visto o replay no intervalo e reconhecido não ter havido irregularidade.
""Mas aí já era tarde. Fiquei satisfeito porque ele foi sincero e lamentou o erro. Assim é o futebol, agora não adianta reclamar", disse o atleta. ""Mas que é chato sair dessa forma é", completou.
De acordo com a assessoria da entidade que dirige o futebol, Prendergast realmente teria conversado com Wilmots -e um pouco depois com o técnico Waseige- e lamentado o que considerou uma falha crucial.
Independentemente de ele ter dito ou não que errou, a Fifa afirmou que não se pronunciaria sobre o lance nem puniria o árbitro. O juiz jamaicano teria contatado a entidade em caráter informal. Não teria abordado o lance do gol anulado em seu relatório oficial -nem precisaria fazê-lo, segundo a Fifa, porque, mesmo que o árbitro tenha errado, o resultado da partida é aquele e pronto.
O departamento de comunicação da Fifa lembrou que, em 1986, na estréia do Brasil na Copa disputada no México, o time chegou a levar um gol da Espanha numa bola que bateu no travessão, atravessou a linha, mas o juiz achou que não tivesse entrado e mandou a partida prosseguir. Lembrou ainda o gol de Maradona marcado com a mão contra a Inglaterra na mesma competição.
Nos dois casos, os árbitros reconheceram o erro, mas nem por isso foram punidos. Mesmo que o jamaicano admita oficialmente a falha -até agora teria dito apenas informalmente-, a Fifa não deve punir o árbitro.
Robert Waseige, que deixou o comando da Bélgica após a derrota, lamentou ""o que nos fizeram", mas disse não acreditar que o erro do juiz tenha sido intencional.
Indagado se o fato de o brasileiro Ricardo Teixeira, um dos principais aliados de Joseph Blatter, o presidente da Fifa, ser o homem-forte do Comitê de Arbitragem poderia ter tido influência no ato do juiz, Waseige disse que não.
""Em nenhum momento, fizemos insinuação alguma, porque não acredito nisso. Ele [juiz" errou, pois todos nós erramos. Só lamento que tenha sido contra a Bélgica." (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)


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