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OLIMPÍADA
Obra da arena transferida para a zona norte do Rio inviabiliza início de centro para difundir esporte entre menores
Estádio Olímpico adia massificação do COB
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Projeto concebido para massificar o esporte, segundo o COB, o
Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos não tem mais
prazos para começar e terminar.
A entidade estimava iniciar as
obras no segundo semestre e concluí-las em cerca de dois anos,
mas adiou os planos devido à
transferência do Estádio Olímpico do Pan de 2007 para o mesmo
terreno do centro, em Engenho de
Dentro, na zona norte do Rio.
"Não que tenha ficado em segundo plano, mas [o estádio]
atropelou o calendário. Quando
tudo dessa obra estiver definido,
veremos como trabalhar o talento", disse Edson Figueiredo de
Menezes, diretor financeiro do
COB e o responsável pela captação de verba para o projeto.
"A prefeitura terá que realizar a
obra civil do terreno, deixá-lo
pronto. E os galpões terão que ser
adaptados, porque foram tombados. Não temos ainda nova previsão", afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade.
Os galpões são parte das instalações originais do terreno onde
funcionava uma oficina de trens.
A idéia é modificá-los de modo
que possam ser utilizados como
ginásios. Com 250 mil metros
quadrados, o terreno foi cedido
em caráter temporário pela Assembléia Legislativa do Rio.
Menezes disse que a disputa entre Rio e São Paulo para representar o país na disputa para sediar a
Olimpíada de 2012 (a escolha sai
em julho) e a iminência do Pan-Americano de Santo Domingo
(em agosto) também influenciaram no adiamento, porque são
hoje as prioridades do COB.
O estádio, inicialmente previsto
para a zona sul do Rio, foi transferido no início do ano. Segundo argumentou a prefeitura à época,
pesaram o acesso facilitado e o desejo de revitalizar a região. Deve
começar a ser construído em outubro e concluído no fim de 2004.
Agberto Guimarães, ex-meio-fundista que disputou Olimpíada
nos anos 80 e diretor do projeto,
esperava que "a construção do
centro seguisse em paralelo com a
do estádio". Ele defende que o
projeto não será influenciado pelo
estádio. "A única mudança é alterar os locais do complexo aquático e da pista de aquecimento."
Pan como atração
À espera do estádio, Menezes e
Nuzman dizem acreditar que
adiar a construção do projeto de
talentos possa ser benéfico.
"Com o Estádio Olímpico pronto os investidores terão um pólo
de atração. A associação ao Pan-Americano também será um chamariz", disse Menezes, principal
executivo do Banco Prosper e que
estuda pedir um financiamento
ao BNDES para captar parte dos
R$ 50 milhões estimados.
O projeto tem sido vendido pelo
COB como um "centro integrado
de ação esportiva, social, profissional e cultural", que atenderá a
menores carentes, meninos de
rua e alunos da rede pública, de
até 17 anos, e permitirá a "descoberta de talentos para as equipes
nacionais de alto rendimento".
A entidade diz ainda que cerca
de 20 modalidades serão oferecidas às cerca de 6.000 crianças que
serão atendidas diariamente, desde basquete e vôlei (futebol não
foi incluído) até luta greco-romana e levantamento de peso.
A prioridade será dada a modalidades individuais, que rendem
maior número de medalhas nas
competições, seguindo intenção
anunciada pelo COB após os Jogos de Sydney, em 2000. Na ocasião, das 12 medalhas obtidas pelo
país, apenas três não vieram de
duplas, quartetos ou times.
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