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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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OLIMPÍADA

Obra da arena transferida para a zona norte do Rio inviabiliza início de centro para difundir esporte entre menores

Estádio Olímpico adia massificação do COB

MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

Projeto concebido para massificar o esporte, segundo o COB, o Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos não tem mais prazos para começar e terminar.
A entidade estimava iniciar as obras no segundo semestre e concluí-las em cerca de dois anos, mas adiou os planos devido à transferência do Estádio Olímpico do Pan de 2007 para o mesmo terreno do centro, em Engenho de Dentro, na zona norte do Rio.
"Não que tenha ficado em segundo plano, mas [o estádio] atropelou o calendário. Quando tudo dessa obra estiver definido, veremos como trabalhar o talento", disse Edson Figueiredo de Menezes, diretor financeiro do COB e o responsável pela captação de verba para o projeto.
"A prefeitura terá que realizar a obra civil do terreno, deixá-lo pronto. E os galpões terão que ser adaptados, porque foram tombados. Não temos ainda nova previsão", afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade.
Os galpões são parte das instalações originais do terreno onde funcionava uma oficina de trens. A idéia é modificá-los de modo que possam ser utilizados como ginásios. Com 250 mil metros quadrados, o terreno foi cedido em caráter temporário pela Assembléia Legislativa do Rio.
Menezes disse que a disputa entre Rio e São Paulo para representar o país na disputa para sediar a Olimpíada de 2012 (a escolha sai em julho) e a iminência do Pan-Americano de Santo Domingo (em agosto) também influenciaram no adiamento, porque são hoje as prioridades do COB.
O estádio, inicialmente previsto para a zona sul do Rio, foi transferido no início do ano. Segundo argumentou a prefeitura à época, pesaram o acesso facilitado e o desejo de revitalizar a região. Deve começar a ser construído em outubro e concluído no fim de 2004.
Agberto Guimarães, ex-meio-fundista que disputou Olimpíada nos anos 80 e diretor do projeto, esperava que "a construção do centro seguisse em paralelo com a do estádio". Ele defende que o projeto não será influenciado pelo estádio. "A única mudança é alterar os locais do complexo aquático e da pista de aquecimento."

Pan como atração
À espera do estádio, Menezes e Nuzman dizem acreditar que adiar a construção do projeto de talentos possa ser benéfico.
"Com o Estádio Olímpico pronto os investidores terão um pólo de atração. A associação ao Pan-Americano também será um chamariz", disse Menezes, principal executivo do Banco Prosper e que estuda pedir um financiamento ao BNDES para captar parte dos R$ 50 milhões estimados.
O projeto tem sido vendido pelo COB como um "centro integrado de ação esportiva, social, profissional e cultural", que atenderá a menores carentes, meninos de rua e alunos da rede pública, de até 17 anos, e permitirá a "descoberta de talentos para as equipes nacionais de alto rendimento".
A entidade diz ainda que cerca de 20 modalidades serão oferecidas às cerca de 6.000 crianças que serão atendidas diariamente, desde basquete e vôlei (futebol não foi incluído) até luta greco-romana e levantamento de peso.
A prioridade será dada a modalidades individuais, que rendem maior número de medalhas nas competições, seguindo intenção anunciada pelo COB após os Jogos de Sydney, em 2000. Na ocasião, das 12 medalhas obtidas pelo país, apenas três não vieram de duplas, quartetos ou times.


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