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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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FUTEBOL

Time joga a 1ª na Copa das Confederações, contra Camarões, com 5 jogadores que praticamente usam só a canhota

Seleção estréia com os dois pés em Paris

Antonio Scorza/France Presse
O técnico Carlos Alberto Parreira carrega barreiras em treino do Brasil, que hoje pega Camarões


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Se é verdade que os jogadores canhotos são mais habilidosos, a seleção brasileira que estréia hoje na Copa das Confederações-2003, às 16h, contra Camarões, tem tudo para dar espetáculo.
O time titular montado por Carlos Alberto Parreira tem uma simetria rara. São cinco atletas que praticamente só usam o pé esquerdo: o goleiro Dida, o lateral Kléber, o meia Ricardinho e os atacantes Gil (que vai atuar como meia) e Adriano. Além deles, o zagueiro Lúcio, destro, tem praticamente a mesma potência de chute com os dois pés.
Entre os reservas, a maior arma brasileira é Alex, outro canhoto.
Jogadores com o pé esquerdo forte foram, assim como em qualquer atividade, sempre minoria em um time de futebol.
No time pentacampeão em 2002, por exemplo, só Roberto Carlos e Rivaldo eram canhotos puros. Em 1982, na equipe que encantou o mundo na Copa da Espanha, até Júnior, o lateral-esquerdo, era destro.
Com o time dividido na hora de escolher o pé para chutar, Parreira espera ver uma equipe bem distribuída em campo. "Com o Adriano, vamos cair mais pela esquerda no ataque, mas ele vai, perfeitamente, se encaixar com o Ronaldinho", afirma o treinador, que sempre tenta mesclar destros e canhotos nos seus empregos.
Na conquista do tetra, em 1994, por exemplo, ele tinha um zagueiro (Márcio Santos), um lateral (Leonardo ou Branco) e um meia (Zinho) que usavam preferencialmente o pé esquerdo.
Na visão dos jogadores, a enxurrada de canhotos não tem nada de tão diferente assim.
"Se é normal ter muitos destros, por que não é comum um time com tantos canhotos?", questiona o meia Ricardinho, que pelo esquema de Parreira vai dividir com Gil a armação das jogadas ofensivas contra os africanos.
Segundo o atleta do São Paulo, quando a partida acabar ninguém vai se lembrar do pé forte de cada jogador. "O time pode ficar mais equilibrado assim, mas o que importa é o resultado. Se ele for bom, ninguém lembrará se um time tem mais canhotos ou destros", completou Ricardinho.
Outros integrantes da turma do pé esquerdo são mais cautelosos.
"São vários jogadores com características parecidas, mas o time vai saber se dividir", promete Gil.
"É muito difícil encontrar um time com tantos canhotos, mas aqui é a seleção brasileira e joga quem se destaca, independentemente do pé que usa", declara outro corintiano, o lateral Kléber.
Durante a primeira fase da Copa das Confederações, contudo, a seleção não contará com um atacante que consegue finalizar bem com os dois pés. Depois de um exame em uma clínica de Paris, foi constatado um pequeno edema na coxa direita do são-paulino Luis Fabiano, um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro.
Dessa forma, o atacante, embora não tenha sido cortado, só terá a chance de voltar se o time avançar à fase final. "Isso faz parte da profissão", lamentou o jogador.

NA TV - Globo, ao vivo, a partir das 16h


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