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O PERSONAGEM
Desbravador em Pans, técnico cria banho inevitável
DO ENVIADO A CAXIAS DO SUL
A façanha de colocar mulheres brasileiras no pódio
da canoagem em Jogos Pan-Americanos não é a primeira que Alvaro Koslowski
busca em sua carreira.
Antes de assumir o comando da seleção feminina,
ele perseguiu -e conseguiu- uma medalha inédita para o país durante sua
carreira como atleta.
Em Mar del Plata-1995,
Koslowski ficou com o bronze no K-2, competindo ao lado de Sebastian Cuattrin.
Era a estréia do Brasil como
medalhista nos Jogos.
Gaúcho de Bento Gonçalves, ele enfrentou situações
inusitadas quando recebeu
as cinco meninas de Ribeirão Claro no seu grupo em
janeiro de 2004. "Eu controlo a freqüência cardíaca dos
atletas todos os dias. Elas
chegaram cruas, nem sabiam o que significavam as
batidas do coração", conta.
Aos poucos, porém, as
mulheres se adaptaram e ganharam sua confiança. "Admiro todas elas, pois agarram a chance que estão tendo com muita vontade. É assim que tem que ser. Na seleção, só sobrevivemos com
resultados", diz o técnico.
Para alcançá-los, Koslowski ora encarna o estilo paizão
-procura se manter sempre próximo das atletas-,
ora a filosofia linha-dura.
Prova disso está no regimento interno que a seleção
segue. As meninas precisam
escalonar a faxina dos apartamentos que habitam, planejam e preparam jantares
nos fins de semana e zelam
pela saúde de Bolacha, cadela e mascote do grupo.
Mais: a regra proíbe atletas
de passar um dia sem tomar
banho. "Parece besteira, mas
já morei com gente assim. É
muito perigoso para a saúde", relata o treinador.
Através de parcerias com a
Universidade de Caxias do
Sul e com empresas locais,
ele consegue um orçamento
anual de R$ 726 mil para investir em suas canoístas.
E não tem medo de queimar a língua ao fazer previsões. "Se o trabalho continuar assim, temos totais
condições de brigar por medalha no Pan de 2007."
(GR)
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