São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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Torcida sobe tom contra técnico do Palmeiras

Organizada realiza protesto e exige a saída de Vanderlei Luxemburgo após a desclassificação do time da Libertadores, no Uruguai

RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

Vanderlei Luxemburgo já vinha sendo o alvo preferido de parte da torcida do Palmeiras na hora das críticas. Após a eliminação na Libertadores, anteontem, contra o Nacional, essa relação só tende a piorar.
Mal acabou a partida no estádio Centenário, em Montevidéu, e os muros do Parque Antarctica, em São Paulo, foram pichados. "Fora mercenário" foi uma das frases escritas.
O treinador palmeirense ouvira o mesmo adjetivo depois do 0 a 0 no Uruguai.
"É duro chegar aqui e ouvir o pessoal me chamando de mercenário. Essa coisa direcionada da Mancha Verde não ajuda em nada", declarou Luxemburgo.
A referência à principal torcida organizada do clube vinha se tornando rotineira nas entrevistas dele, mesmo antes do fracasso na Libertadores.
Em novembro do ano passado, o treinador alegou ter sido agredido no aeroporto de Guarulhos, após o time ter sido goleado pelo Flamengo por 5 a 2.
Mesmo proibida de entrar uniformizada nos estádios de São Paulo depois de ter sido acusada de armar uma emboscada para a torcida do Sport, em abril deste ano, a Mancha não dá trégua a Luxemburgo.
A birra da facção com o técnico transformou-se em guerra declarada a partir de 2002, quando Luxemburgo deixou o clube e foi para o Cruzeiro na segunda rodada do Nacional.
Muitos torcedores creditam a queda daquele time para a Série B ao trabalho do treinador.
Em seu retorno ao clube, no início de 2008, Luxemburgo foi hostilizado por alguns torcedores logo em seu primeiro jogo no estádio palmeirense.
Desde então, costuma dizer que os mesmos que o criticam agora foram aqueles que aplaudiram seu trabalho em 1993 e 1994, temporadas nas quais o time ganhou, entre outros títulos, o bicampeonato nacional.
Defendido pelos cardeais do clube, como o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, Luxemburgo terá de reencontrar seus desafetos no dia 28, quando a equipe vai receber o Santos. Amanhã, o jogo será em Curitiba, diante do Atlético-PR.
"Não adianta o cara vir e falar "tira o Luxemburgo". Quem vai decidir isso é a diretoria do Palmeiras", falou Belluzzo, irritado com a cobrança de torcedores após o revés no Uruguai.
"Meu projeto é ficar no clube. Quero estar de novo na Libertadores com o Palmeiras", falou Luxemburgo, que tem contrato com o clube até o final do ano.


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