São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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Madrugada adentro

Prazo cada vez mais curto para concluir estádios da Copa-14 faz trabalhos se prolongarem por três turnos

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Com o prazo cada vez mais exíguo, as obras da Copa do Mundo de 2014 já começam a virar a noite. O Maracanã foi o primeiro estádio a entrar no ritmo mais puxado. Todos os dias, a obra só para às 5h.
Apenas duas horas depois, o trabalho recomeça.
No segundo semestre, pelo menos outras três arenas (Cuiabá, Salvador e Manaus) também vão ser erguidas com a mesma jornada puxada de trabalho. Na Bahia, a Fonte Nova deve ter operários trabalhando 24 horas por dia já a partir de agosto.
Com 1.600 homens para erguer o futuro Estádio Nacional de Brasília, o consórcio responsável pela obra também tem previsão de começar o terceiro turno.
A cidade aguarda só a confirmação oficial da Fifa de que será anfitriã da Copa das Confederações-2013, evento que servirá de teste para o Mundial, para definir o início das atividades noturnas.
Em Pernambuco, a obra da nova arena também se estende pela madrugada. Os operários interrompem seu trabalho somente às 2h30.
No Maracanã, quase mil homens se revezam no estádio durante dia e noite.
O primeiro grupo de operários chega às 7h e deixa o maior estádio do Brasil após dez horas. O turno da noite, também de dez horas, é aberto às 19h e se encerra às 5h.
Os administradores de pelo menos quatro estádios querem concluir a obra até dezembro do próximo ano, data-limite imposta pela Fifa para as arenas envolvidas na Copa das Confederações.
No próximo mês, a entidade anunciará oficialmente as cidades-sedes do torneio. Rio e Brasília, no entanto, já estão com lugar assegurado.

FUNDAÇÕES
É estimado que, durante o período de pico da reforma, 3.500 profissionais trabalhem no Maracanã.
Os operários praticamente concluíram a fase de demolição do estádio carioca. Agora, começam a construir as fundações para as novas arquibancadas e para as rampas de acesso externo.
Palco da final do Mundial de 2014, o Maracanã deverá sair por quase R$ 1 bilhão, cerca de 400% a mais que o valor licitado no ano passado e quase três vezes mais que o desembolsado pela Prefeitura do Rio para erguer o Engenhão, principal arena construída para a realização do Pan-Americano de 2007.
Na quinta-feira, o governo do Rio informou que a obra custará R$ 931 milhões.
O estádio será totalmente reformulado e terá a capacidade reduzida dos atuais 86 mil lugares para 80 mil.
Em abril, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) aprovou a demolição da cobertura de concreto do Maracanã, o que encareceu ainda mais a obra.
A licitação foi aprovada no ano passado a um custo de R$ 750 milhões, porém no contrato já se previa um estouro de 50% no orçamento.
Pelo projeto atual, o Maracanã ganhará uma cobertura de lonas tensionadas por uma estrutura de aço. A marquise atual, em processo de demolição, está condenada por problemas estruturais.


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