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Pentacampeão leva uma semana para anunciar intervenção no menisco
Denílson opera à surdina joelho que doeu na Copa
DA REPORTAGEM LOCAL
O atacante Denílson, 24, pentacampeão com a seleção brasileira
na Ásia, disputou o Mundial com
dores no joelho e foi submetido
em segredo a uma cirurgia no local na quarta-feira da semana passada, em São Paulo.
Espécie de "primeiro reserva"
da equipe de Luiz Felipe Scolari
-entrou em cinco dos sete jogos
da seleção no Mundial-, o jogador do clube espanhol Betis, que
está de férias no Brasil, sofreu
uma artroscopia no hospital Albert Einstein, na capital paulista,
para sanar uma lesão no menisco
lateral do joelho direito.
Ele foi operado pelo cirurgião
Moisés Cohen, especializado em
traumatologia e ortopedia do esporte e um dos maiores especialistas brasileiros no ramo.
Segundo a assessoria de Denílson, as dores começaram um
pouco antes da Copa, depois que
ele sofreu uma entrada por trás do
meia Luis Enrique, do Barcelona,
numa partida válida pelo Campeonato Espanhol.
Durante o Mundial, ele resolveu, ainda de acordo com seus assessores, não relatar o problema
aos médicos da seleção brasileira,
pois as dores não o estariam incomodando muito.
Em apenas uma partida -Denílson não quis precisar qual-, o
atacante teve dificuldades em
atuar por causa do joelho.
Ele só não jogou contra a Costa
Rica, na primeira fase (foi poupado por já ter levado um cartão
amarelo), e diante da Inglaterra,
nas quartas-de-final. Nos outros
jogos, entrou em campo só no segundo tempo e não teve atuação
destacada em nenhum deles.
Durante o Mundial, Denílson
teve um período de estima em
baixa que chegou a preocupar o
técnico Luiz Felipe Scolari.
O jogador resolveu fazer a artroscopia às escondidas para não
causar alarde em torno de uma cirurgia "tão simples", como definiu sua assessoria de imprensa.
Mas foi o próprio Denílson, o
atleta da seleção que mais deu entrevistas e participou de eventos
festivos após a conquista do penta, que deixou escapar o "segredo" numa entrevista a uma rádio
paulistana anteontem.
O atacante agora se nega a fazer
comentários sobre a cirurgia, se
resumindo a dizer que está passando bem e que irá se apresentar
ao seu clube na data programada,
o próximo dia 30.
De acordo com Denílson, o Betis deu permissão para que a operação fosse realizada no Brasil e
irá receber uma fita com imagens
da artroscopia, além de relatórios
sobre a sua recuperação.
O chefe do departamento médico da seleção brasileira, José Luiz
Runco, não sabia da cirurgia de
Denílson até o início da noite de
ontem -foi informado pela reportagem da Folha.
Tratou, porém, de minimizar o
problema. "Isso pode incomodar
um pouco, mas não impede ninguém de jogar", afirmou Runco.
Diferentemente do que informa
Denílson, o médico da seleção declarou que sabia da dor do atleta
durante o Mundial.
"Ele tinha uma queixazinha no
joelho direito, sim. Mas fazia o
trabalho de fortalecimento muscular e melhorava. Em momento
nenhum isso atrapalharia a participação dele na Copa."
Apesar das ressalvas de Runco,
o episódio envolvendo Denílson
reforça a obscuridade em torno
de problemas médicos com jogadores da seleção.
Pelo menos dois jogadores titulares, o meia-atacante Rivaldo e o
lateral-esquerdo Roberto Carlos,
tiveram de tomar antiinflamatórios durante o Mundial.
Apesar da relevância, a informação só veio à tona depois que a
Copa chegou ao final.
Um dia após a realização da artroscopia, Denílson iniciou fisioterapia na clínica de Moisés Cohen, tratamento que permanece
em curso e deve durar pelo menos
mais uma semana.
Uma das fisioterapeutas do centro é a filha de Pelé Flávia Cristina,
que só recentemente foi reconhecida pelo ex-jogador.
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