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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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F-1

Alemão afirma que nunca foi ajudado pelo companheiro

Schumacher ataca Barrichello e expõe crise de relacionamento

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SILVERSTONE

Na pista, a situação da Ferrari parece ter melhorado. Fora dela, a vida está bem mais complicada.
Em um momento decisivo do campeonato, faltando seis etapas para o término do Mundial, a escuderia começa a assistir a uma crise de relacionamento entre seus pilotos. O motivo, o mau desempenho de Rubens Barrichello.
Ontem, na pré-classificação para o GP da Inglaterra, em Silverstone, o brasileiro perdeu o controle do carro, ficou atolado na brita e abortou sua volta. Terminou em 19º, o penúltimo lugar.
Foi o estopim. Primeiro colocado na sessão, Michael Schumacher teve a iniciativa do ataque.
O alemão foi questionado em uma entrevista coletiva, logo após o treino, sobre o fato de não poder contar com a ajuda de Barrichello na luta pelo sexto título.
"E quando é que ele me ajudou?", rebateu Schumacher.
O pentacampeão nem precisava ter dito nada. Minutos antes, quando Barrichello saiu da pista, as câmeras focalizaram o alemão. Sacudindo a cabeça, rindo, como que não acreditando na cena.
O brasileiro, que já começa a transparecer insatisfação com sua condição na Ferrari e com as críticas que vem recebendo, reconheceu ter errado. Mas foi duro.
"Primeiro, eu não vivo pelas pessoas, eu vivo pelo o que eu penso. Aconteceu um imprevisto, e rodei. Do resto, não tenho o que falar", disse. "Talvez a fase não seja a melhor possível, mas não estou nem aí para as críticas. Só tenho que dar satisfação a mim e à Ferrari. Para mais ninguém."
O problema para Barrichello é que Schumacher manda na equipe. Foi o alemão que reconstruiu a Ferrari a partir de 1996 e que levou para Maranello boa parte de seus dirigentes e técnicos.
No bate-boca, cada um tem sua parcela de razão. Schumacher erra quando diz que nunca foi ajudado pelo companheiro -basta lembrar a histórica marmelada do GP da Áustria do ano passado.
O pentacampeão, porém, acerta ao falar de 2003. Barrichello não larga nas duas primeiras filas há cinco GPs. Isso limita -e muita- as estratégias da Ferrari.
A saída para o brasileiro pode estar no treino classificatório de hoje, às 10h, com TV. Segundo piloto a ir à pista, atrás do Minardi de Justin Wilson, que também abortou a volta, Barrichello tem grandes chances de conseguir a pole se começar a chover a partir da metade da sessão. A largada para o GP, amanhã, será às 9h.


NA TV - Treino para o GP da Inglaterra, Globo, às 10h


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