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VÔLEI
A vitória e o futuro
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Quer melhor do que isso?
Campeão invicto e com uma
vitória sobre a grande Itália por 3
a 1, na casa do adversário, na final da Liga Mundial. Foi o tetracampeonato e o 11º título da seleção, em 14 torneios na era Bernardinho. Foi a vitória de um time unido e com a maior variação
de jogadas do mundo do vôlei.
Pela história das duas seleções,
o confronto entre Brasil e Itália
prometia mais equilíbrio. Mas
você sabe: nestes tempos, quem
tem o saque tem a força. E os brasileiros acertaram a mão no saque. Já os italianos pecaram nesse
fundamento e, por conseqüência,
o bloqueio, o ponto mais poderoso do time, não funcionou.
Mais: quando a seleção joga
com o passe na mão, fica difícil segurar o time. São muitas variações de ataque. Na Liga, o Brasil
até já apresentou novidades: uma
bola com trajetória mais curta e
mais veloz pela ponta da rede.
Dante, Giba e André Nascimento
fizeram bem essa jogada.
Na campanha da Liga Mundial, um dos fatores positivos foi a
evolução do ponteiro Dante. O jogador, que parecia um tanto inseguro no início da competição, entrou no time titular no lugar de
Nalbert e, aos poucos, foi ganhando confiança. Ele acabou o torneio como um dos destaques da
equipe no ataque e na recepção.
Para a Olimpíada, o que preocupa são os problemas físicos.
Nalbert, em recuperação da cirurgia no ombro, nem disputou a Liga. Giovane e Rodrigão, machucados, ficaram fora da fase final.
Giba ontem deu show de bola,
mas não dá para esquecer: ele se
recuperou há pouco tempo de
uma lesão no joelho.
Repare: dos três lesionados, dois
são ponteiros. Ontem, por exemplo, só tinha um ponteiro na reserva com condições físicas de entrar em quadra: Murilo. Ainda
bem que deu tudo certo, mas e se,
por um acaso, Giba sentisse a
contusão novamente? Murilo entraria em quadra e o time ficaria
sem reserva na ponta.
E para completar, o aposto Anderson tem apresentado um jogo
muito irregular e está distante da
melhor forma técnica. O bom dessa história é que o canhoto André
Nascimento voltou a jogar bem.
Assumiu a vaga na semifinal contra a Sérvia e Montenegro e ontem foi novamente o titular.
Você sabe: em uma Olimpíada,
o técnico tem que estar com os 12
jogadores em plena forma. E o
Brasil não está nessa condição.
Para a felicidade geral da nação,
quem entrou em quadra ontem
jogou muito bem e não precisou
ser substituído. Se precisasse, as
coisas poderiam se complicar.
E esta é a nuvem que paira sobre a seleção brasileira: como vão
estar Nalbert, Rodrigão e Giovane em Atenas? O técnico Bernardinho terá que decidir os 12 jogadores que vão para os Jogos Olímpicos. E essa decisão terá que ser
logo e, por causa dos problemas
físicos, não será fácil.
Mas, enfim, vale lembrar também que, na reta final da Liga, o
Brasil teve a chance de enfrentar
dois candidatos às medalhas
olímpicas. E atropelou os dois:
Itália e Sérvia. As perspectivas de
ouro em Atenas são grandes, só o
que pode atrapalhar mesmo é se a
seleção não lá chegar.
Tropeço russo
A Rússia, que não jogou a Liga Mundial e é uma das favoritas a ganhar uma medalha em Atenas, sofreu mais um tropeço. Perdeu da
República Tcheca por 3 a 1 (25/20, 21/25, 26/24 e 25/19) na final da Liga Européia. Os russos jogaram sem Dineikine, que está se recuperando de contusão. Holanda bateu a Alemanha por 3 a 1 e foi bronze.
Rumo ao Japão
Os atacantes Marcelo Negrão e Joel, que na temporada passada atuaram na Itália, vão jogar agora no Japão. Negrão vai defender o Nippon Steel, time da cidade de Osaka. Joel foi contratado para assumir
o lugar do brasileiro Gílson no Suntory, atual pentacampeão japonês. Os dois vão para o Japão em setembro. Para se manter em forma, Negrão está treinando com o time do Banespa.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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