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FUTEBOL
Criticado pela fraca atuação contra Argentina, jogador evolui nos últimos jogos e decide para o Brasil
Rivaldo experimenta "volta por cima"
dos enviados a Assunção
Maior responsável pela vitória da
seleção brasileira
ontem, marcando
os dois primeiros
gols e dando o passe para o terceiro, o meia-atacante
Rivaldo chegou a ter sua condição
de bom jogador questionada durante a Copa América, mas deu a
volta por cima nas duas últimas
partidas do torneio.
"Pouco a pouco a gente vai desempenhando nosso trabalho, e
esse jogo foi muito importante
para mostrar que o grupo está
unido e que todos vêm evoluindo", declarou após a partida Rivaldo, co-artilheiro da Copa
América, ao lado de Ronaldo,
com cinco gols.
Tido como principal culpado
pelas dificuldades vividas pelo
Brasil no jogo contra a Argentina
(foi responsável por 30% das bolas perdidas pela seleção), nas
quartas-de-final, o meia-atacante
do Barcelona foi orientado pelo
técnico Wanderley Luxemburgo
a mudar o seu comportamento na
partida seguinte, contra o México.
Conversou também com a psicóloga da seleção, Suzy Fleury,
que tentou dissipar alguns complexos do jogador.
Em entrevista exclusiva publicada na última sexta-feira pela
Folha, Rivaldo afirmou que, ao
contrário de alguns colegas, não
faz marketing pessoal para ser reconhecido e que seu comportamento tímido impede que seja reconhecido como estrela no Brasil.
O fato é que os "cutucões" surtiram efeito, como revela levantamento do Datafolha.
As estatísticas mostram que Rivaldo evoluiu nas duas últimas
partidas, em relação às três primeiras (contra Venezuela, México e Argentina).
Nestas, teve uma média de 3,7
finalizações por jogo, com 45% de
eficiência.
Na semifinal, finalizou 8 vezes
(50% de acerto), e ontem, 7 vezes
(eficiência de 71%).
Mas também passou a driblar
mais (média de 15 dribles nos três
primeiros jogos, contra 22 nos
dois últimos).
Foi, além disso, o jogador mais
acionado da seleção brasileira na
competição, recebendo uma média de 433 bolas por partida
-número que também foi evoluindo. Nos jogos iniciais, recebeu
uma média de 52 bolas, e nos dois
últimos, 61,5.
A boa atuação de ontem foi uma
espécie de "desabafo definitivo"
para o jogador.
Após marcar seu primeiro gol,
numa cabeçada de costas, Rivaldo
comemorou efusivamente, correndo em direção ao banco de reservas para abraçar os companheiros e o técnico Wanderley
Luxemburgo.
(ALEXANDRE GIMENEZ)
(JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
(RODRIGO BERTOLOTTO)
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