São Paulo, Segunda-feira, 19 de Julho de 1999
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FUTEBOL
Criticado pela fraca atuação contra Argentina, jogador evolui nos últimos jogos e decide para o Brasil
Rivaldo experimenta "volta por cima"

dos enviados a Assunção


Maior responsável pela vitória da seleção brasileira ontem, marcando os dois primeiros gols e dando o passe para o terceiro, o meia-atacante Rivaldo chegou a ter sua condição de bom jogador questionada durante a Copa América, mas deu a volta por cima nas duas últimas partidas do torneio.
"Pouco a pouco a gente vai desempenhando nosso trabalho, e esse jogo foi muito importante para mostrar que o grupo está unido e que todos vêm evoluindo", declarou após a partida Rivaldo, co-artilheiro da Copa América, ao lado de Ronaldo, com cinco gols.
Tido como principal culpado pelas dificuldades vividas pelo Brasil no jogo contra a Argentina (foi responsável por 30% das bolas perdidas pela seleção), nas quartas-de-final, o meia-atacante do Barcelona foi orientado pelo técnico Wanderley Luxemburgo a mudar o seu comportamento na partida seguinte, contra o México.
Conversou também com a psicóloga da seleção, Suzy Fleury, que tentou dissipar alguns complexos do jogador.
Em entrevista exclusiva publicada na última sexta-feira pela Folha, Rivaldo afirmou que, ao contrário de alguns colegas, não faz marketing pessoal para ser reconhecido e que seu comportamento tímido impede que seja reconhecido como estrela no Brasil.
O fato é que os "cutucões" surtiram efeito, como revela levantamento do Datafolha.
As estatísticas mostram que Rivaldo evoluiu nas duas últimas partidas, em relação às três primeiras (contra Venezuela, México e Argentina).
Nestas, teve uma média de 3,7 finalizações por jogo, com 45% de eficiência.
Na semifinal, finalizou 8 vezes (50% de acerto), e ontem, 7 vezes (eficiência de 71%).
Mas também passou a driblar mais (média de 15 dribles nos três primeiros jogos, contra 22 nos dois últimos).
Foi, além disso, o jogador mais acionado da seleção brasileira na competição, recebendo uma média de 433 bolas por partida -número que também foi evoluindo. Nos jogos iniciais, recebeu uma média de 52 bolas, e nos dois últimos, 61,5.
A boa atuação de ontem foi uma espécie de "desabafo definitivo" para o jogador.
Após marcar seu primeiro gol, numa cabeçada de costas, Rivaldo comemorou efusivamente, correndo em direção ao banco de reservas para abraçar os companheiros e o técnico Wanderley Luxemburgo.
(ALEXANDRE GIMENEZ) (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO) (RODRIGO BERTOLOTTO)

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