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Vetar reeleições
não deu certo,
afirma Nuzman
DO PAINEL FC E DA REDAÇÃO
O presidente do COB, Carlos
Arthur Nuzman, acha "normal" a defesa dos interesses da
entidade no Congresso e afirma que a decisão sobre se o dirigente deve seguir como presidente de uma entidade precisa
ser apenas da comunidade esportiva que ele representa.
"Mudar por mudar não leva a
lugar nenhum. Existe um processo democrático no qual
quem quer ser presidente de
uma entidade se candidata, podendo ser eleito ou não. Essa
decisão cabe à comunidade de
cada esporte. Até porque as
realidades são bem distintas.
Poucas confederações contam
com recursos suficientes para
desenvolver um trabalho", disse Nuzman, por meio de sua
assessoria de imprensa.
Como argumento de que a limitação é ruim para o esporte,
o presidente do COB citou a legislação vigente durante o regime militar no país (1964-1985).
"A limitação foi uma realidade nos governos militares e não
deu certo. Tanto não deu certo
que a lei mudou. Naquela época, várias federações estaduais
ficaram acéfalas, pois ninguém
queria assumir uma entidade
sem recursos. A qualidade de
gestão das entidades não passa
pela limitação do mandato,
mas sobretudo pela disponibilidade de recursos e pelas condições que o dirigente encontra
para dirigi-la", afirmou.
Nuzman declarou ainda que
a restrição ao número de eleições diminui a possibilidade de
um brasileiro galgar postos nas
entidades internacionais.
"Ninguém consegue acesso
ao poder decisório de uma federação internacional em apenas dois mandatos. Até porque
as federações internacionais e a
grande maioria das federações
nacionais não têm limitação de
mandato. Agora, se esse mandato for ruim, cabe aos eleitores decidirem se o dirigente deve permanecer ou não. Tenta-se uma outra proposta."
O dirigente, ainda por meio
de sua assessoria, disse que não
vê problemas em ter pedido
aos membros do COB corpo-a-corpo com congressistas. Sob o
argumento de que toda classe
precisa ter representatividade
no centro do poder, o comitê
contratou como seu homem
em Brasília o ex-secretário-executivo do Ministério do Esporte Gil Castelo Branco.
"É importante que os legisladores percebam essas nuances
do esporte e que as leis venham
a ser criadas para desenvolver o
esporte. Quem quiser trabalhar
pelo esporte é muito bem-vindo, mas deve saber que há muito trabalho a ser feito."
A opinião de Nuzman é compartilhada por outro cartola
com bastante influência na capital federal.
Fortalecido após o amistoso
no Haiti e neoaliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Ricardo Teixeira chegou a dizer que a candidatura a uma
nova eleição deveria ser obrigatória para os dirigentes. "No
primeiro mandato, ninguém
sabe nada. Meus maiores erros
foram cometidos na primeira
vez." Desde 1989, quando assumiu a CBF, ele já foi reeleito
cinco vezes.
(FM E RD)
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