São Paulo, Terça-feira, 19 de Outubro de 1999
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BASQUETE NO MUNDO
Zuzo bem

MELCHIADES FILHO

Vez ou outra, tacham este espaço de negativista, de ranzinza. As críticas vêm de leitores e de colegas a quem respeito. Que fiquem tranquilos hoje. Talvez seja ressaca da brilhante campanha do Vasco em Milão, talvez tenha sido o queijo-quente da padaria, sei lá... Nesta terça-feira, as esculhambações dão vez a elogios. O basquete, afinal, ainda tem coisas pra se guardar:
1) Sempre cobrei iniciativas para a massificação da bola-ao-cesto, um esporte difícil de aprender e duro de jogar. Pois a Confederação Brasileira acertou na mosca ao promover a Copa Caixa, que mobiliza mais de 20 mil estudantes em São Paulo;
2) A CBB também deu um passo adiante quando divulgou neste mês o calendário integral de 2000, instrumento vital para o planejamento "publicitário" -leia-se saúde financeira- dos próximos campeonatos;
3) Nos últimos 15 anos, a exigência de patrocinadores gerou um entra-e-sai de times-siglas, o que afugentou torcedores e, portanto, praticantes. Feita essa ressalva, vale mencionar o sólido trabalho do BCN, que há 12 anos investe no esporte e distoa dessa oportunista "sopa de letras";
4) Os anos 90 viram uma evolução nas transmissões pela TV. Os impressionismos deram lugar a observações técnicas, ainda que um pouco sem sal, nos comentários de Zé Boquinha e Lula, da ESPN Brasil, Bira Bello e Fábio Sormani, da Sportv, e Álvaro José, da Bandeirantes;
5) Ainda na TV, merecem elogios os documentários da ESPN Brasil assinados pela dupla Roberto Salim e Ronaldo Kotscho. Um deles, na época do Pan, com Hortência protagonizando o último bloco, foi sublime;
6) Mesmo aos trancos e barrancos, o basquete feminino conseguiu preservar seus quatro principais nomes, cada um em uma equipe diferente: Hortência, Paula, Janeth e Karina.
7) Demétrius, Helinho, Charles Byrd, Rogério, Alexey, Vargas, Mingão, Varejão, Aylton, Janjão, Flor Melendez...

NOTAS

Vasco 1
A campanha do clube carioca no Mundial interclubes (vitórias sobre os campeões australiano e europeu) mostrou que faltam somente um supercestinha e um super-reboteiro para o basquete masculino brasileiro voltar a ser competitivo no exterior. "Somente"?

Vasco 2
Sim, porque, num time que reunia seis selecionáveis, foram justamente o armador norte-americano Charles Byrd e o pivô dominicano José Vargas os destaques do vice-campeonato. Ambos acabaram eleitos para a seleção do Mundial.

Vasco 3
Depois dizem que o basquete não é bom negócio. Alguém já parou para imaginar o dinheiro que a Procter & Gamble fez ao ter divulgada, ao vivo, para 162 países, durante quase nove horas, a marca de sua batata-frita na camiseta vascaína?

E-mail melk@uol.com.br


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