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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Juninho, com auxílio de Jairo Leal, estréia contra a Ponte Preta, enquanto dirigentes repartem o comando do futebol

Corinthians joga sob divisão de poderes

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians começa a testar hoje, contra a Ponte Preta, a divisão de poderes implantada em seu departamento de futebol para tentar recuperar a equipe.
A partida no Pacaembu, às 18h, é a primeira do técnico-tampão Juninho, que deve ficar até o fim do ano. Como planejou a diretoria, ele praticamente trabalha em dupla com o auxiliar Jairo Leal.
Também será o primeiro jogo depois que foi oficializado um trio no comando do futebol. O vice dessa área, Antonio Roque Citadini, que dava as cartas sozinho, agora divide espaço com Andres Sanchez, vice de esportes terrestres, e Francisco Papaiordanou, vice de relações públicas.
Na direção e na comissão técnica, a idéia da cúpula corintiana é evitar profissionais com amplos poderes para decidir.
À beira do gramado, Juninho comanda o time, porém o ex-treinador dos juniores evita tomar decisões sem consultar Leal, que foi também auxiliar de Carlos Alberto Parreira, Geninho e Júnior.
Mas este é o momento em que o assessor tem mais influência sobre o treinador do time.
"Quando resolve fazer alguma coisa, o Juninho olha para o Jairo [Leal] e pergunta se está certo", revelou o volante Fabinho.
"Uso muito o Jairo, mas não é só ele. Não imaginava que na equipe profissional existisse tanta gente para ajudar o treinador. Eles passam muita informação e me deixam numa situação bem confortável", declarou Juninho.
Na última quinta-feira, o treinador levou a sua primeira bronca no clube por esquecer que não pode tomar as decisões sozinho.
Ele mandou o atacante Abuda, suspenso, jogar pelos juniores ontem, mas não avisou seus superiores e foi repreendido. "Não sabia que precisava fazer a informação chegar ao Edvar Simões [gerente de futebol] e tomei uma dura."
A situação de Juninho contrasta com a política adotada com Wanderley Luxemburgo, em 2001. O treinador tinha status de manager e chegou a participar de negociações com jogadores, mas acabou demitido. Ele ganhava R$ 210 mil. Juninho recebe R$ 6.000.
Se permanecer na equipe em 2004, Juninho poderá indicar reforços, mas eles terão de passar pelo crivo de uma série de dirigentes, segundo Papaiordanou.
O diretor técnico Rivellino será o primeiro a estudar os casos. Depois, o trio de dirigentes opinará, mas o departamento financeiro terá de autorizar as negociações.
Papaiordanou e Sanchez participaram da contratação de Júnior e Rivellino, indicadas por Citadini. Na última terça, eles foram oficializados como integrantes do departamento de futebol.
"É melhor que três pessoas cuidem do futebol, assim sempre um tem tempo disponível. Se for um dirigente só, ele sofre um desgaste maior", afirmou Papaiordanou.
Citadini é o mais desgastado da cúpula corintiana. A torcida organizada Gaviões da Fiel chegou a atirar ovos no dirigente. "Sempre fui a favor do trabalho coletivo, fica mais fácil acertar", disse ele.


NA TV - Sportv, só para Belo Horizonte, ao vivo, às 18h


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