São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997.



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Obsessão fez surgir craque

da Reportagem Local

Hoje, nas bem-humoradas entrevistas, Larry Bird conta que em 13 anos de quadra não tinha impulsão nem para saltar uma lista telefônica. Obviamente, exagera. Mas só um pouco.
O legendário ala do Boston Celtics conseguiu conquistar três títulos da NBA amparado em uma compleição física de dar dó.
Isso sem falar nos problemas crônicos nas costas, que levariam a sua aposentadoria precoce, aos 35 anos, em 1992.
Foi por causa dessas limitações, porém, que tornou-se um obstinado pela preparação física e pelos fundamentos do esporte.
Gostava de disputar, por exemplo, minimaratonas na véspera dos jogos.
Em março de 1985, chegou a vencer uma corrida de 8 km com 12 mil participantes em Boston -dois dias depois, apesar de reclamar do desgaste da proeza e ter até mesmo cogitado pedir dispensa da partida, anotou 60 pontos na vitória sobre o Atlanta Hawks.
Cada treino nos Celtics era seguido por uma sessão solitária de 200 arremessos de longa distância, uma hora de esforço adicional.
Às vezes, chamava depois um colega e pedia que arriscasse uns tiros, enquanto Bird se posicionava para capturar os rebotes.
Esse último exercício seria consagrado uma década depois por outro maluco pela bola, outro apaixonado pelos palavrões (Bird adorava xingar os adversários), Dennis Rodman.
Aliado à incrível visão de jogo que possuía, a obsessão pelo basquete fez de Bird o melhor jogador branco da história da NBA.
As estatísticas revelam um atleta completo: médias de 24,3 pontos, 10 rebotes e 6,3 assistências por partida.
Bird teve também importante papel de marketing. Seu duelo com Magic Johnson (branco esforçado x negro criativo) nos anos 80 foi o primeiro a transpor as fronteiras da liga dos EUA.
No Brasil, uma das "vítimas" de Bird, via TV, foi o cestinha Oscar Schmidt, que ainda hoje reverencia o ala dos Celtics como o seu grande ídolo.



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