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BASQUETE
Legendário jogador da NBA se embanana com instruções táticas e promete time disciplinado em sua estréia
Larry Bird vira técnico sem prancheta
ano como técnico na NBA, à
frente do time
do Indiana
ROSCOE NANCE
do "USA Today"
Larry Bird nunca procurou atalhos em seus 13 anos de carreira na
National Basketball Association.
Não vai ser agora, em sua estréia
como treinador, que o legendário
jogador vai mudar o estilo.
Tão logo assinou contrato com o
Indiana Pacers, US$ 23 milhões em
cinco anos, resolveu que iria comandar o time na série de amistosos em 12 e 13 de julho -a maioria
dos técnicos da NBA prefere usar o
verão para fazer observações e testes (ou descansar).
"Eu preciso da experiência", explica-se Bird, 40, quatro anos afastado do basquete em razão de uma
contusão grave nas costas.
Bird é considerado um dos 50
melhores jogadores de todos os
tempos, segundo a própria liga
profissional norte-americana.
Trata-se do 15º dessa elite, aliás, a
arriscar a pele como técnico.
Conquistou três títulos da NBA
pelo Boston Celtics na década de
80. Foi medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona-92, na primeira (e talvez única legítima) versão
do "Dream Team".
A seguir, ele comenta suas primeiras impressões da vida no banco de reservas. A próxima temporada da NBA começa neste dia 31.
Pergunta - O que você aprendeu
desde que assumiu o cargo de treinador dos Pacers?
Larry Bird - Que eu tenho muito
trabalho à frente. Por enquanto,
estou tentando me ambientar, arranjar uma boa casa para viver,
montar meu escritório, conhecer
as pessoas com quem vou conviver
no time, assistir muitos videoteipes. Muito trabalho, portanto.
Pergunta - Você nasceu em Indiana. Imaginava que um dia estaria comandando o time do Estado
e que criaria tamanho frenesi?
Bird - Não me deixo contaminar por esse oba-oba porque vivi
muito esse tipo de situação ao longo da minha carreira como atleta.
Por isso, prefiro ficar apenas observando, longe dos holofotes.
Mas isso não quer dizer que não
esteja contente com todo o entusiasmo que minha decisão gerou.
Pelo menos as pessoas estão interessadas no que estou fazendo.
Pergunta - Você consegue relaxar nesse tipo de situação?
Bird - Não tenho nem tempo
para pensar em descansar. Consegui só um dia de folga, para visitar
meus parentes em French Lick (cidade em que cresceu, no interior de
Indiana). A rotina está caótica.
Pergunta - Como está sendo o
contato com os seus jogadores?
Bird - Ainda não consegui conversar com calma com todos.
Quando assumi o cargo, estavam
em férias, espalhados pelo país. Eu
telefonava, deixava recado. Alguns
retornaram; outros, não. Fiz numa
semana quase cem telefonemas.
Agora, com o começo dos treinos, o contato ficou mais fácil. Já
conversei com a maioria. Espero
que haja sintonia entre nós.
Pergunta - Como têm sido os
treinos?
Bird - Tentaremos, antes de tudo, nos divertir. Vamos correr
bastante, porque só dá para jogar
bem basquete em boas condições
físicas. Nos meus 20 anos de atleta,
sempre me mantive em boa forma.
Pergunta - Como você pretende
motivar seus jogadores?
Bird - Acho que o fato de eu ter
sido um jogador de sucesso, com
muitos títulos, deve ajudar. Quando você ouve uma orientação de
alguém que ganhou campeonatos,
você presta muito mais atenção.
Pergunta - Qual tem sido sua
principal dificuldade nos treinos?
Bird - Odeio usar a prancheta
na hora de instruir um lance. Como jogador nunca prestei muita
atenção a esse tipo de artifício,
porque havia muito entrosamento
no time. Agora, estou pagando o
preço. Atrapalho-me o tempo todo com o desenho das táticas. Fico
torcendo para que os meus jogadores não percebam.
Pergunta - Muito se questiona
acerca da falta de disciplina da nova geração de jogadores da NBA.
Você acha que seus comandados
estarão dispostos a suar do jeito
que você espera que suem?
Bird - Não importa que estejam
dispostos ou não. Eles vão ter que
suar. É o trabalho deles. Se não derem duro, não vão jogar. É assim
que vai funcionar. Você não pode
chegar num treino achando que
não vai se esforçar. Não admito.
Pergunta - Você considera que
seu elenco já está fechado?
Bird - Com a contratação de
Chris Mullin (ala, ex-Golden State
Warriors), conseguimos um cestinha que pode diminuir a sobrecarga ofensiva de Rik Smits (pivô) e
Reggie Miller (armador).
Pergunta - Como você imagina o
progresso dos Pacers ao longo de
seus cinco anos de contrato?
Bird - Não vou ficar especulando sobre o número de vitórias.
Quero que sejamos melhores no final da temporada do que no começo. Imagino que chegaremos aos
playoffs, é a meta. Mas meu objetivo pessoal sempre foi botar as
mãos na taça. Isso não mudou
agora. Os playoffs neste ano, o título no campeonato seguinte.
Com a "Associated Press"
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