São Paulo, Sexta-feira, 19 de Novembro de 1999
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VÔLEI

Seleção masculina perde dos EUA e fica em má situação para obter na Copa do Mundo a vaga olímpica

Derrota no 1º jogo põe Brasil em xeque

da Reportagem Local

Logo no primeiro jogo, a seleção masculina de vôlei teve seriamente comprometidas suas chances de assegurar seu lugar nos Jogos Olímpicos via Copa do Mundo.
Os brasileiros perderam dos EUA por 3 sets a 2 (22/25, 18/25, 25/22, 25/20 e 13/15), ontem, em uma hora e 43 minutos, em Kagoshima (Japão). Fazia cinco anos que a seleção não perdia dos americanos em partidas oficiais: a última fora em setembro de 94, durante o Mundial da Grécia.
Com a malograda estréia, a seleção está obrigada a vencer entre oito e nove partidas -de dez que lhe restavam -para não passar pelo vexame de recorrer ao Pré-Olímpico continental se quiser estar em Sydney-2000.
Estão na Copa do Mundo 12 seleções. Jogam todas contra todas (11 jogos para cada uma). As três melhores garantem a vaga.
Hoje pela manhã, o Brasil faria contra a China sua segunda partida. Depois encontra dois favoritos -logo, seus concorrentes diretos. Na madrugada de sábado (2h30, de Brasília) jogará com a Itália, tricampeã mundial e sete vezes campeã da Liga Mundial. E, na segunda, com a Rússia.
Por escolha da comissão técnica, a seleção cumpriu uma escala de cinco dias na China, no que deveria ser um período de treinamentos e adaptação ao fuso horário, antes da estréia na Copa.
Deu quase tudo errado: a delegação passou apuros com hospedagem, alimentação e falta de quadras adequadas de treino. Foi a última equipe entre as seis que estão em Kagoshima a chegar, com três jogadores contundidos: Carlão, Giba e Douglas.
Escalados no jogo de ontem, Giba e Douglas foram os pontos mais vulneráveis de uma equipe que, nos dois primeiros sets, esteve desarticulada, apática, mal postada no bloqueio e, pior, pouco eficiente no ataque.
""Faltou ritmo", admitiu, depois, em entrevista por telefone, Radamés Lattari, técnico da seleção.
Somente no terceiro set, ao trocar Giba (autor de 9 pontos) e Douglas (1 ponto) por Carlão e André, além do levantador Ricardinho por Marcelo Elgarten, é que a seleção conseguiu exibir algum padrão tático. Venceu o terceiro e o quarto sets com relativa facilidade. Mas não manteve o nível técnico no tie-break (15 a 13).
Indagado se o desempenho seria resquício da viagem à China, Lattari desconversou: ""Não é resquício, não". Em seguida, completou: ""É que alguns ficaram sem treinar".
Antes estratégica, a partida com a Itália assumiu com o tropeço de ontem a feição de decisiva.
Nova derrota obrigaria os brasileiros a vencerem Rússia e Cuba -e ainda torcer por maus resultados de alguns desses favoritos e, agora, até dos EUA.
"A Itália (que venceu a Tunísia por 3 a 0) tem jogadores de altíssimo nível, que jogam um Mundial toda semana", diz o técnico, em referência às partidas do Italiano, onde está a nata do vôlei.
O último encontro das equipes foi nas finais da Liga Mundial -3 a 2 para o Brasil. Ano passado, na semifinal do Mundial, os italianos venceram por 3 a 2.

Feminino
Terceira na Copa do Mundo e assegurada, ao lado de Cuba e Rússia, para os Jogos, a seleção feminina chegou ontem do Japão.
No aeroporto de Guarulhos (SP), o técnico Bernardinho disse que a seleção precisará melhorar o rendimento individual de suas atacantes para a Olimpíada. ""E esperar o amadurecimento dessas jovens (Érika, Walewska, Elisângela e Raquel) na Superliga".

Brasil x Itália, ao vivo, às 2h30 de amanhã, na Globo


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