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FUTEBOL
Os melhores do ano 2000
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A eleição da Fifa para definir o melhor jogador do
mundo do ano 2000 já está engatilhada. Porém, mais do que nunca, a eleição está desacreditada.
Não há um grande jogador do
planeta que não tenha recebido
uma pedra ao menos na temporada. Na maioria dos casos, aliás,
sobraram pedras para os principais nomes da bola.
Começando por Rivaldo, que
detém ainda a honra de ser o melhor jogador do mundo, a situação é desesperadora.
O craque do Barcelona não consegue emplacar na seleção, é sistematicamente hostilizado e já cogita não defender mais a equipe.
Por mais que tenha feito boas
atuações pelo seu time na Espanha, não conseguiu ainda demonstrar de fato ao mundo o título que ganhou da Fifa em 99.
Zidane, que se consagrou em 98
mais pelos dois gols na final na
Copa, voltou a ser destaque na
Euro-2000, mas a Europa perdeu
a paciência com a sua falta de paciência. O habilidoso meia continua sendo expulso tolamente por
entradas violentas. Os perdões a
seu temperamento estranho cessaram nesta temporada. Mais
que reincidente, Zidane teve a
imagem desgastada.
Após a Euro, a eleição de Zidane como melhor do mundo pela
segunda vez parecia certa. Mas
hoje ela está tão ou mais em dúvida do que a de Rivaldo.
Outros nomes cotados carecem
de certa força. Figo, por exemplo,
é o melhor de todos para alguns,
como o técnico Louis van Gaal.
Porém o fato de ele ser português
(não possuir uma nacionalidade
de ponta no futebol) e de ter trocado o Barcelona pelo Real Madrid (virando por ora o jogador
mais caro do planeta) não o deixam em condição confortável.
Beckham continua sendo um
superstar apenas no Reino Unido.
Sua aceitação fora da Europa, especialmente, é pequena, e seu ano
também não foi nada demais.
O holandês Bergkamp, que já
beirou por várias vezes o título de
melhor do mundo, praticamente
deu adeus à honraria ao dizer
adeus à sua seleção. Davids não
se livra de contusões e expulsões.
E Frank de Boer, outro holandês
que foi unanimidade na Copa,
mostrou queda de rendimento.
O volante argentino Verón tem
mantido bom nível de atuações
durante todo ano, mas sua função em campo (não faz tantos
gols), seu marketing (não aparece
tanto quanto poderia) e sua cidadania italiana (grande dúvida)
são sérios empecilhos.
Goleadores de capacidade comprovada não faltam no mundo.
Batistuta, na Itália, e Romário,
no Brasil, mostram resistência ao
tempo, mas isso não é suficiente
para a votação. Jardel trocou Portugal pela Turquia, continuou
com excepcional média de gols,
mas nada que possa lhe dar favoritismo na eleição da Fifa.
Goleiros de prestígio também
não faltam hoje. Desde o velho conhecido Chilavert até a novidade
Toldo. Mas ainda é pouco provável que um goleiro leve o prêmio.
Para deixar a disputa mais indefinida, muitos dos votantes são
novatos na eleição. É o caso dos
treinadores que assumiram seleções neste ano, como Leão.
Dadas as condições da eleição
do craque do ano 2000, o melhor
mesmo é premiar os 60 anos de
Pelé e os 40 de Maradona.
Copa do Mundo
Em dezembro, o Comitê Executivo da Fifa deve definir de
vez se a Coréia do Norte vai
receber jogos do Mundial de
2002. Já é praticamente certo
que, se o país receber partidas, vai ser só uma, e, logicamente, da Coréia do Sul.
Mundial de Clubes
Em dezembro, a proposta de
aumentar o número de participantes deve ser votada.
Além do Corinthians, o Flamengo tem chances boas de
conseguir uma vaga. Tirando
os interesses óbvios da ISL, a
Confederação Sul-Americana e a Traffic planejam há
tempos classificar o campeão
da Copa Mercosul para o
Mundial, na Espanha.
Mundial de futsal
E o último Campeonato
Mundial da Fifa do século,
quem diria, não é de futebol.
No século 21, o número de
Mundiais poderá triplicar.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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