FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O técnico campeão brasileiro de 2002, Emerson Leão, ficou mais distante da Vila Belmiro após uma reunião, ontem, com Marcelo Teixeira, presidente do Santos.
Não houve acordo durante o encontro, o segundo realizado após a conquista do título com a finalidade de discutir a renovação do contrato do treinador.
O principal indício de que Leão pode sair era a pretensão manifestada pelo técnico de resolver a questão ontem, disposição não compartilhada pelo presidente.
No final da tarde, a diretoria divulgou uma nota na qual informava que iria se manifestar a respeito da proposta do treinador "antes do final do contrato vigente", que se encerra no dia 31.
O diretor de futebol Francisco Lopes, por sua vez, afirmou que o Santos responderá ao técnico até amanhã, informação desmentida, por telefone, pelo próprio Leão. "Eu não falei com ele [Lopes". Falei com o presidente", disse o treinador, que aguardava uma resposta até a noite de ontem.
Lopes sinalizou que os dirigentes estão dispostos a abrir para o treinador uma exceção em relação à política de não ultrapassar o teto salarial de R$ 70 mil mensais estipulado para os jogadores.
"Normalmente, o treinador tem um contrato diferenciado em relação ao elenco", afirmou o dirigente. A diretoria estaria disposta a pagar R$ 100 mil por mês, mas o treinador pediu mais, razão pela qual se estabeleceu o impasse.
Ontem, ele voltou a dizer que o Santos tem prioridade para o ano que vem, mas, após a conquista do título nacional, declarou que iria se preocupar menos com o clube e mais com ele próprio.
O técnico disse já ter propostas de clubes do país e do exterior.
Negou, porém, ter sido procurado pelo Palmeiras, time no qual se consagrou como goleiro e que, em 2003, disputará a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Além do aumento salarial, Leão quer da diretoria do Santos os compromissos de que o clube não irá se desfazer do atual grupo de jogadores e de que ainda irá contratar reforços. Antes mesmo da decisão contra o Corinthians, o técnico dizia que, para o ano que vem, a equipe necessitará de mais "peças de reposição".
Embora o diretor Francisco Lopes tenha afirmado que o Santos não pretende reajustar os salários dos atletas campeões brasileiros, jogadores cujos contratos estão prestes a vencer, como o atacante Alberto e o goleiro Fábio Costa, já adiantaram que só aceitarão ficar se forem recompensados.


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