São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

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ATLETISMO

Tribunal do COI condena a meio-fundista Fabiane dos Santos, 26, que é reincidente e não poderá mais competir

Brasileira é banida do esporte por doping

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A brasileira Fabiane dos Santos, 26, foi banida ontem do esporte por reincidência em doping. A decisão, à qual não cabe recurso, foi tomada pelo Tribunal de Arbitragem do Esporte, em Lausanne, na Suíça, e comunicada à CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) e a Josep María Mir, advogado da atleta. É o primeiro caso de eliminação do esporte no país.
"Não há o que discutir. A confederação apenas acata a decisão do tribunal do COI, que é a última instância. Espero que isso ajude os atletas a se conscientizarem sobre o doping", diz Roberto Gesta de Melo, presidente da CBAt.
Fabiane, que também teve todos os seus resultados cassados com a decisão, foi pega no antidoping feito no GP Brasil, em maio de 2001, no Rio. A análise da urina da atleta detectou altos índices de testosterona epitetosterone ratio.
A testosterona, hormônio masculino, é encontrada em forma sintética em esteróides anabólicos, o doping mais comum no atletismo. A substância aumenta a força e a potência muscular.
O nível considerado normal pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) é uma comparação de 1 para 6. No exame de Fabiane foi encontrado um índice de 1 para 25.
O agravante do caso é que Fabiane já fora condenada por doping. Em 1995, seu exame, feito no Troféu Brasil, no Rio, teve resultado positivo para norandrosterona (metabolização da nandrolona no organismo). A substância também é um esteróide anabólico.
Na ocasião, a atleta recebera a pena de dois anos de suspensão.
Delicado, o caso de Fabiane se arrastou por muitos meses até a resolução final. A primeira decisão só ocorreu em março de 2002, quando a brasileira foi absolvida pelo TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da CBAt.
A alegação da defesa foi a discrepância de resultados entre as provas A e B -ambas, no entanto, tiveram resultado positivo.
Em maio, a Iaaf divulgou que não aceitava a decisão do julgamento brasileiro. Com isso, o caso passou para o Tribunal de Arbitragem do Esporte, órgão criado pelo COI para ser a última instância para julgamentos como esse.
Em novembro, o tribunal se reuniu para decidir o futuro da atleta. Porém, diante da gravidade da decisão que poderia ser tomada, pediu mais tempo para avaliar o caso -o parecer sairia até o dia 31. Ontem, saiu a resolução.


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