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ATLETISMO
Tribunal do COI condena a meio-fundista Fabiane dos Santos, 26, que é reincidente e não poderá mais competir
Brasileira é banida do esporte por doping
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A brasileira Fabiane dos Santos,
26, foi banida ontem do esporte
por reincidência em doping. A
decisão, à qual não cabe recurso,
foi tomada pelo Tribunal de Arbitragem do Esporte, em Lausanne,
na Suíça, e comunicada à CBAt
(Confederação Brasileira de Atletismo) e a Josep María Mir, advogado da atleta. É o primeiro caso
de eliminação do esporte no país.
"Não há o que discutir. A confederação apenas acata a decisão do
tribunal do COI, que é a última
instância. Espero que isso ajude
os atletas a se conscientizarem sobre o doping", diz Roberto Gesta
de Melo, presidente da CBAt.
Fabiane, que também teve todos os seus resultados cassados
com a decisão, foi pega no antidoping feito no GP Brasil, em maio
de 2001, no Rio. A análise da urina
da atleta detectou altos índices de
testosterona epitetosterone ratio.
A testosterona, hormônio masculino, é encontrada em forma
sintética em esteróides anabólicos, o doping mais comum no
atletismo. A substância aumenta
a força e a potência muscular.
O nível considerado normal pela Iaaf (Associação Internacional
das Federações de Atletismo) é
uma comparação de 1 para 6. No
exame de Fabiane foi encontrado
um índice de 1 para 25.
O agravante do caso é que Fabiane já fora condenada por doping. Em 1995, seu exame, feito no
Troféu Brasil, no Rio, teve resultado positivo para norandrosterona
(metabolização da nandrolona no
organismo). A substância também é um esteróide anabólico.
Na ocasião, a atleta recebera a
pena de dois anos de suspensão.
Delicado, o caso de Fabiane se
arrastou por muitos meses até a
resolução final. A primeira decisão só ocorreu em março de 2002,
quando a brasileira foi absolvida
pelo TJD (Tribunal de Justiça
Desportiva) da CBAt.
A alegação da defesa foi a discrepância de resultados entre as
provas A e B -ambas, no entanto, tiveram resultado positivo.
Em maio, a Iaaf divulgou que
não aceitava a decisão do julgamento brasileiro. Com isso, o caso
passou para o Tribunal de Arbitragem do Esporte, órgão criado
pelo COI para ser a última instância para julgamentos como esse.
Em novembro, o tribunal se
reuniu para decidir o futuro da
atleta. Porém, diante da gravidade
da decisão que poderia ser tomada, pediu mais tempo para avaliar
o caso -o parecer sairia até o dia
31. Ontem, saiu a resolução.
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