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FUTEBOL
Comissão técnica e atletas querem que sistema de som da Arena da Baixada não divulgue placar de Santos x Vasco
Atlético-PR entra "surdo" em sua decisão
FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
DIMITRI DO VALLE
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA
Emocionalmente em frangalhos
após a derrota que lhe tirou a liderança a uma semana do fim do
Brasileiro e com discurso intramuros do "já perdeu", o Atlético-PR se fingirá de surdo a partir do
momento em que pisar no gramado da Arena da Baixada, contra o Botafogo, às 16h.
Comissão técnica e jogadores
pediram à diretoria para censurar
o resultado de Santos x Vasco dos
alto-falantes do estádio atleticano.
O Atlético, que suportou a perseguição do Santos por cinco rodadas, sucumbiu diante da pressão
do Vasco no último domingo, no
Rio de Janeiro, e deixou os rivais
lhe roubarem a liderança.
Agora, avalia que não terá estrutura emocional para vencer o Botafogo se os paulistas saírem à
frente no placar em São José do
Rio Preto. Uma vitória do time de
Vanderlei Luxemburgo acaba
com o sonho do bi do Atlético.
"Sabemos que é difícil não saber, até pela reação da torcida ou
pelo comentário de alguém. Mas,
se dependesse de mim, os atletas
ficariam focados só no jogo daqui", disse o técnico Levir Culpi.
No vestiário após o jogo em São
Januário e no dia subseqüente à
derrota, o clima entre os atleticanos era de velório. Washington,
por exemplo, chorou após a derrota. Na segunda, de acordo com
seu assessor Marcos Malaquias,
proprietário da Massa Sports, o
artilheiro pouco falou. Durante a
semana, quase não saiu de casa.
"Eles falaram que o título tinha
escapado das mãos deles, que era
difícil depender das pernas dos
outros. Sabemos que é duro depender do Eurico Miranda", disse
Malaquias, que virou sócio do
apresentador Ratinho e gerencia a
carreira de atletas rubro-negros.
"Não dá mais", "acabou" e "estava nas nossas mãos e jogamos
fora" foram algumas das frases ditas por atleticanos nesta semana
-o maior "vilão" para o fim do
sonho foi o empate em 3 a 3 com o
Grêmio, quando o então líder
chegou a abrir diferença de 3 a 0.
Apesar de admitir que seu time
sentiu o baque pelo revés, o técnico Levir Culpi não alterou sua rotina de trabalho. Chegou a ameaçar sacar atletas mais abatidos,
deu palestras convencionais, falou com o grupo, mas não houve
reação. "O mais difícil será o psicológico. É complicado reverter o
quadro. Mas temos esperança de
que daremos a volta por cima."
Para o goleiro Diego, que sofreu
drama pessoal com seu filho de
quatro meses -dado como virtualmente morto pelos médicos
antes de se recuperar-, "o time
tem que acreditar". "Às vezes
acontecem milagres."
O atacante Washington repete o
discurso. "O ideal seria não saber
o resultado do Santos. As coisas
nunca foram fáceis para a gente,
mas temos que lutar até o fim. Se
não der para dar o título para a
torcida, que eles fiquem felizes
por nos verem lutando."
NA TV - Atlético-PR x
Botafogo, Globo (menos para
São Paulo) e Record (menos para São
Paulo e Santos), ao vivo, às 16h
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