São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2004

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FUTEBOL

"Vai ser duro, poderia ser melhor..."

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O sorteio do mata-mata da Copa dos Campeões só podia reservar grandes jogos, pois os melhores do velho continente (clubes e jogadores) estão ainda na disputa. A expectativa criada em torno dos épicos confrontos, que só começarão a acontecer no final de fevereiro, é enorme, mas o declaratório após a definição dos duelos vai quase sempre na contramão dessa expectativa, pois muito do que se ouviu após o sorteio foi obviedade, troca de confetes, hipocrisia e mesmo besteira.
Real Madrid x Juventus:
"Se pudesse escolher, escolheria outro rival", disse Fabio Capello, ótimo técnico da líder do Italiano. Ele trabalhou no forte adversário e transfere a responsabilidade. Guti, um dos não-galácticos do Real, tem já a desculpa do supertime. "Seria melhor um rival que deixa jogar, como o Monaco."
Porto x Inter de Milão:
"Será um jogo espetacular, com muitos gols. Eles têm grandes atacantes", afirmou Víctor Fernández, treinador que acaba de ser campeão mundial, mas que parece não ver que seu time não mostra ser máquina ofensiva. Adriano pesa hoje bem mais que Luis Fabiano, e Diego está suspenso.
Barcelona x Chelsea:
"Ele venceu tudo nos últimos anos. Espero que não faça isso de novo", falou Xavi, do Barça, sobre o técnico do adversário, José Mourinho, que foi assistente de Van Gaal e Bobby Robson no clube catalão. "Como time de futebol, eles não são melhores que nós", determinou o português.
Werder Bremen x Lyon:
"Quando você vê os outros jogos, percebe que fomos separados do pior", definiu Bernard Lacombe, cartola do campeão francês. Ele talvez tenha esquecido da Copa da Uefa 1999/2000, quando o rival alemão perdeu para o Lyon por 3 a 0 na ida e depois avançou com um 4 a 3 no placar agregado.
Liverpool x Bayer Leverkusen:
"É melhor enfrentar um time alemão do que um italiano. A única coisa ruim é que fazemos o primeiro jogo em casa. Preferia começar fora", chorou o espanhol Rafael Benítez, treinador do Liverpool. Foi-se o tempo em que o tetracampeão Liverpool poderia esnobar o ainda "virgem" Bayer.
PSV x Monaco:
"Todos dizem que tivemos sorte por não enfrentar um time como o Real Madrid ou a Juventus. Mas não acredito que o PSV é tão mais fácil", colocou Evra, que defende pela esquerda no vice-campeão europeu. Será que o Monaco manterá o seu "azar" contra o líder invicto da liga holandesa?
Manchester United x Milan:
"O Manchester é um grande time, o Alex Ferguson é um técnico experiente..." repetiu Carlo Ancelotti, o comandante do "diabo rubro-negro" italiano. O Sir que dirige o "diabo vermelho" inglês também colocou um pé e meio atrás. "Espero que Van Nistelrooy esteja bem fisicamente..."
Bayern x Arsenal:
"Não é Kahn x Lehmann. Tem outros dez de cada lado", brada o ex-melhor goleiro do mundo. Ele nem quer superar o ex-melhor time da Inglaterra para ser de vez titular da Alemanha. Arsene Wenger, técnico do Arsenal, está com a tradição. "O Bayern tem quatro títulos. Nós, nenhum."

Copa da Uefa
Até por questão de espaço, não dá para comentar os 16 confrontos da segunda competição interclubes européia nem colocar declarações de seus envolvidos. Mas também não há muito o que destacar. A fase de grupos ficou para trás, mas ainda temos poucos times de fato atraentes na disputa. Os tradicionais Ajax, Benfica, Feyenoord, os participantes que um dia já tiveram a Europa a seus pés, não animam nem seus torcedores. Há vários clubes emergentes, mas só o tempo dirá se vingarão ou não. Um olhar brasileiro sobre a Copa da Uefa, porém, se faz necessário. Júlio Baptista, Rivaldo e Vágner Love são apenas alguns dos jogadores do país que podem fechar uma temporada inesquecível com o título continental que, segundo discute a Conmebol, poderia render vaga em uma nova Copa Intercontinetal (campeão da Copa da Uefa x campeão da Copa Sul-Americana).

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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