São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 2006

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ano perdido

Ronaldinho deixa de sorrir ao mundo

Um dia após ser derrotado no Mundial de Clubes, brasileiro perde eleição de melhor jogador de 2006 para Cannavaro

Meia-atacante do Barcelona buscava o feito inédito de ganhar 3 prêmios seguidos, mas termina votação atrás também do francês Zidane

Andreu Dalmau/Efe
Ronaldinho parabeniza Fabio Cannavaro logo após o italiano ser anunciado em Zurique como o melhor jogador do mundo em 2006


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele não foi o melhor do mundo nem coletivamente, na seleção brasileira e no Barcelona, nem individualmente. O ano em que tinha tudo para conquistar o planeta não aconteceu para Ronaldinho.
Um dia depois de perder o título do Mundial de Clubes com o Barcelona -e a chance de se redimir do fiasco com o Brasil na Copa-, o meia-atacante sofreu outra derrota global.
Ele viu o zagueiro italiano Fabio Cannavaro ser eleito pela Fifa o melhor jogador de 2006. Mais que isso, ficou em terceiro lugar, atrás também do francês Zinedine Zidane, que só atuou até a metade do ano, quando se aposentou depois do Mundial da Alemanha.
O primeiro colocado, capitão da Itália no tetra mundial em julho, foi aclamado como o jogador do ano por 498 votos dados por técnicos e capitães de seleções de países filiados à Fifa. O francês ganhou o troféu de prata com 454 indicações. Ronaldinho foi o bronze, com 380. Foram 118 votos a menos que os recebidos por Cannavaro.
Com a perda da eleição, Ronaldinho deixou de obter um feito inédito. Caso ganhasse, ele seria o primeiro jogador a ficar com o prêmio em três anos consecutivos.
A derrota do brasileiro fecha um ano em que ele esteve perto de ter o mundo em suas mãos, mas o deixou escapar, com a eliminação do Brasil na Alemanha e a derrota de anteontem do Barcelona para o Internacional, no Japão.
O fracasso com a camisa amarela da seleção brasileira na Copa ainda lhe causa conseqüências. Acusado de não ter conseguido repetir em nenhum momento do Mundial lances geniais que fizera no Barcelona, Ronaldinho perdeu a titularidade absoluta da qual gozava no time nacional. Com o técnico Dunga, ele ainda luta para voltar a começar jogos.
Logo após a Copa, o jogador também passou por momentos de turbulência no Barcelona, onde até então jamais fora contestado. Somente há pouco mais de um mês e meio, quando o time voltou a repetir boas apresentações e a obter resultados importantes, sobretudo na Copa dos Campeões, é que as críticas voltaram e ser menores que os elogios.
Os últimos 12 meses só não foram de todo ruins para ele -apesar de terem ficado abaixo de suas próprias expectativas- por ter conquistado a Copa dos Campeões, em maio.
Ontem, pouco antes do anúncio do vencedor do troféu, Ronaldinho se mostrou resignado. "Só por fazer parte da festa já me sinto um vitorioso. Quero voltar aqui muitas outras vezes", disse o meia-atacante no palco da Ópera de Zurique, onde foi a cerimônia.
Durante o evento, Ronaldinho não focalizado nem uma vez dando seu característico sorriso escancarado -estava como semblante mais parecido com o demonstrado anteontem no Japão, logo após o Barcelona ser derrotado pelo Inter.
"Existem momentos bons e momentos ruins durante a vida. E [em 2006] tivemos menos momentos bons nas competições", lamentou Ronaldinho.


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