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Participação sofreu oscilações
da Reportagem Local
A presença dos negros no futebol
brasileiro sofreu oscilações ao longo dos 105 anos de existência do
esporte no Brasil.
Até os anos 20, quando o futebol
era amador, os clubes tradicionais,
como Flamengo, Fluminense e Palestra (hoje, Palmeiras) restringiram a entrada de negros.
Eram aceitos alguns mulatos, como Arthur Friedenreich, do Paulistano, filho de um alemão e uma
brasileira negra.
Conforme o esporte foi crescendo, os negros passaram a jogar nos
campeonatos oficiais, primeiro
atuando por times de subúrbio e
ganhando por fora.
O Vasco afirma que foi o primeiro time a aceitar negros no Brasil.
Em São Paulo, um dos pioneiros
foi o Corinthians.
O domínio do futebol por famílias tradicionais atrasou a adoção
do profissionalismo no Brasil. Isso
provocou a ida de jogadores para a
Argentina e Uruguai, que já haviam adotado o novo sistema.
Quando, no anos 30, o amadorismo enfim acabou, os pobres passaram a poder participar dele. Como
a maioria dos negros era pobre, esse mercado também se abriu a eles.
Assim, dos anos 30 para os 40, o
perfil dos jogadores brasileiros
mudou totalmente. O futebol passou a ser uma porta de saída da pobreza.
Essa situação permaneceu com
poucas mudanças até os anos 70.
Nessa época, a influência dos militares sobre o esporte, priorizando
a disciplina e o preparo físico sobre
a habilidade, e ainda a destruição
de muitos campos de várzea nas
grandes cidades, provocaram uma
seleção artificial dos jogadores,
que se tornaram, em média, mais
altos, mais fortes, mais escolarizados e mais brancos também.
Na seleção que disputou a Copa
da Espanha, em 1982, os três maiores destaques, Zico, Falcão e Sócrates, eram todos brancos.
A partir de meados dos anos 80,
os clubes ampliaram e sofisticaram o trabalho de formação de novos jogadores.
Alguns passaram a usar métodos
científicos na preparação física e
na alimentação de todos os garotos. Com isso, o talento voltou a ser
prioridade absoluta.
Essa mudança se refletiu nos resultados das competições de clubes. O que se viu foi um novo aumento na presença de jogadores
oriundos de famílias pobres, negras inclusive.
A abertura do mercado europeu
tornou ainda mais lucrativo o trabalho de formação.
(MD)
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