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Ginástica fecha a seleção masculina permanente
Por falta de treinadores de peso, CBG orienta atletas a voltarem a seus clubes
Confederação diz que o fim da base em Curitiba visa dar ganhos na parte técnica aos ginastas, que agora terão que disputar seletivas
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil não ostenta mais
uma seleção masculina permanente de ginástica artística.
Criada em 2003, a equipe,
que vivia e treinava em Curitiba, foi dispersada na última semana pela direção da Confederação Brasileira de Ginástica.
Sob a alegação de que não havia treinadores de ponta para a
seleção e a de que pretende testar um novo sistema de preparação de atletas no masculino,
os oito ginastas da equipe, entre eles o gaúcho Mosiah Rodrigues, que quebrou um jejum de
12 anos do país ao ir à Olimpíada de Atenas, foram orientados
a voltar para seus clubes.
"A seleção não acabou, e sim
a equipe permanente. É um
teste. Veremos como funciona.
No antigo sistema, havia muitos ginastas para um só técnico
[Raimundo Blanco]. Não era
bom. Se o novo jeito for ruim,
mudamos no segundo semestre", diz Eliane Martins, supervisora de seleções da CBG.
Segundo ela, a medida, anunciada um dia após os atletas voltarem das férias, no último dia
9, foi tomada depois de o governo de Cuba vetar a vinda do técnico que estava apalavrado com
o Brasil -ele virá após o Pan.
Também foi levada em consideração a dificuldade para reunir os treinadores de ponta do
país sem desfalcar os clubes.
A casa que a confederação
mantinha para alojar a equipe
será ocupada pelas atletas da
seleção de ginástica rítmica.
Apesar da perda de estrutura,
já que os ginastas da seleção
permanente dispunham de alimentação, moradia, bolsa de
estudo, fisioterapeuta e médico, a dispersão visa ganhos na
parte técnica. "Foi surpresa,
mas é uma decisão acertada,
pois só eu treinava a equipe. Se
ia a um torneio com um atleta,
o time ficava sozinho. Agora,
não, cada ginasta terá seu técnico", afirma Raimundo Blanco,
do Pinheiros, que dirigiu a seleção permanente em 2006.
Mesmo cientes do problema
nos treinos, os atletas lamentaram o fim do time permanente.
"É triste ocorrer isso no ano do
Pan. Formaram a equipe em
2003 para a disputa do Pan de
Santo Domingo. Foi visto que
dá certo, o feminino é prova
disso. Só precisávamos de mais
técnicos", diz Mosiah, que voltou ao Grêmio Náutico União.
A medida beneficiará Diego
Hypólito, dono de dois pódios
em Mundiais, e Victor Rosa,
que haviam deixado o time permanente para treinar no Flamengo. Agora, eles, assim como
os oito que integravam a equipe, receberão a cada mês o dinheiro referente às verbas da
Lei Piva e da Caixa Econômica.
A CBG diz que reunirá os técnicos e atletas cerca de duas semanas antes de cada torneio e
fará seletivas para definir os ginastas que serão enviados para
competir. O primeiro encontro
será no início de março, quando
estão marcadas duas etapas da
Copa do Mundo na Europa.
"Na prática, pouco mudará.
Vamos seguir monitorando
com a ajuda dos técnicos e, nas
seletivas, veremos quem realmente está bem", diz Eliane.
Segundo ela, para o Pan-07, a
seleção se reunirá cerca de dois
meses antes do evento. "Faremos preparação aqui em Curitiba e, depois, a um mês do Pan,
montaremos base no Rio."
No feminino, a seleção permanente, que tem dez ginasta,
segue em Curitiba, onde é treinada por quatro profissionais,
entre eles Oleg Ostapenko.
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