São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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TÊNIS

Coragem e ousadia


É certo que Hocevar gostou mais de perder de Hewitt na central em Melbourne que de seu melhor resultado em 2009


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

TODO MUNDO conhece Gustavo Kuerten, e praticamente todos já ouviram falar de Thomaz Koch, que chegou a ser 24º no ranking. Todos conhecem Fernando Meligeni, número 25 no auge, e praticamente todos se lembram de Luiz Mattar, o Nico, 29º. Todos que, com trabalho, talento e sucesso, levaram o nome do país ao reconhecimento do tênis internacional.
Mas quase ninguém lembra-se de Marcos Hocevar, gaúcho aguerrido e o outro brasileiro a ficar entre os 30 do ranking. Por isso, mesmo que, aos 24 anos, não tenha deslanchado, trato de acompanhar com atenção Ricardo Hocevar, seu sobrinho.
No ano passado, Hocevar, o sobrinho, começou a temporada nos torneios challengers pela América do Sul. Com um ranking considerável (166), viajou de São Paulo, onde ganhou um jogo, para Salinas (Equador), depois para Iquique (Chile), em seguida para Bucaramanga (Colômbia), antes de cair na primeira rodada em seu primeiro ATP Tour, na Costa do Sauipe.
Neste ano, começou a temporada com ranking até pior: 188. Também abriu o ano jogando em São Paulo e, pior, perdendo na estreia. Só que, em vez de seguir o caminho "natural" dos challengers sul-americanos, Salinas, Bucaramanga..., foi sozinho para Melbourne disputar o quali- fying do Aberto da Austrália. Quase que como premiado por sua coragem e ousadia, Hocevar furou o quali e jogou seu primeiro Grand Slam. Ontem, na quadra central, Lleyton Hewitt ganhou em três sets, sem chance para o brasileiro. Pouco importa: a ousadia o colocou na frente de Hewitt, ex-número um e ídolo mundial, na quadra central lotada de Melbourne. Honrou o sobrenome e mostrou que por falta de coragem não vai deixar de dar certo. Tenho certeza de que Ricardo gostou mais de apanhar de Hewitt na quadra central do Aberto da Austrália do que de ter chegado às semifinais em Manta, Equador, seu melhor resultado no ano passado. Aos poucos, talvez inspirado pelo sucesso de Thomaz Bellucci, nossos tenistas parecem ganhar coragem e ousadia. Ótimo. Medo de quê, afinal?

MAIS DE HOCEVAR
A "Revista Tênis" traz uma entrevista bacana com Ricardo Hocevar. Em www.revistatenis.com.br.

ERRAMOS?
Fãs de Maria Sharapova escreveram reclamando da crítica (para alguns, desrespeitosa) à russa. De modo algum era intenção. Passionais, imagino como os fãs estão reagindo a Fernando Meligeni, que em seu blog a chamou de "anta".

BRASIL OPEN
O site oficial, com informações gerais sobre a competição, está no ar em www.brasilopen.com.br. Ingressos, de R$ 2,50 a R$ 160, em www.ingressofacil.com.br.

reandaku@uol.com.br


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