|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEMÓRIA
Projeto aprovado pela Câmara teve início com CPIs
DA REPORTAGEM LOCAL
Elaborado a partir de estudo
do Grupo de Trabalho Especial
do Ministério de Esporte e Turismo do governo FHC, o Estatuto de Defesa do Torcedor começou a ser idealizado depois
dos trabalhos das CPIs que investigaram o futebol no Brasil.
Com os relatórios das CPIs
da CBF/Nike (não votado na
Câmara) e do Futebol (aprovado no Senado) em mãos, o ministério formou um grupo para
buscar medidas que beneficiassem o futebol e o torcedor.
Participaram das discussões
personalidades do futebol, como o técnico Carlos Alberto
Parreira, o presidente da CBF,
Ricardo Teixeira, o do Clube
dos 13, Fábio Koff, e o relator da
CPI do Futebol no Senado, o
então senador Geraldo Althoff.
Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico
Brasileiro, foi o único fora do
âmbito do futebol a participar.
Com base nos trabalhos, José
Luiz Portella, então secretário-executivo do ministério e presidente do grupo, apresentou o
código do torcedor. Ele foi enviado pelo governo ao Congresso em outubro de 2002, em
regime de urgência, com prazo
de 45 dias para ser votado.
O prazo venceu em 14 de dezembro, um dia antes do início
do recesso parlamentar. Por essa razão também o projeto de
lei foi votado ontem, na primeira sessão deliberativa do
ano, para não trancar a pauta.
Mas o estatuto sofreu várias
modificações em relação ao
documento original, após ser
analisado por três comissões
-de Constituição e Justiça, de
Educação, Cultura e Desporto e
de Defesa do Consumidor.
Perdeu artigos tidos como
sem cabimento, como o que assegurava ao torcedor o direito
de pedir indenização em caso
de erros de árbitros e da Justiça
desportiva e o que tratava do financiamento do desporto.
Ganhou outros, como os que
prevêem punição ao torcedor
que brigar no estádio ou invadir locais restritos aos competidores -a pena será definida
pelos juizados especiais.
Na redação final ainda entrou
um artigo que encampa pedido
feito pelas CPIs, de que os ministérios públicos, federal e dos
estados, sejam atuantes na fiscalização de clubes e entidades.
À espera da tramitação do estatuto no Senado, o novo governo se voltará para a medida
provisória 79, que obriga os
clubes a publicarem balanços
financeiros e os induz a se
transformar em empresas.
O governo diz que espera
aprová-la na próxima semana,
na Câmara. Mas o objetivo
maior no semestre é o Estatuto
do Desporto, projeto de lei com
base no relatório da CPI da
CBF/Nike e que deve abranger
pontos da MP79 e do Estatuto
do Torcedor.(JCA E MSK)
Texto Anterior: Lei do futebol extrapola futebol Próximo Texto: Frase Índice
|