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Iniciativa privada fecha olhos e bolso para o Pan
Cotas publicitárias e direitos de TV cobrem só 5% dos gastos de Jogos no Rio
Enquanto Sydney e Atenas tiveram cerca de 50% e 30% do custo pago por empresas e emissoras, Co-Rio ainda aguarda parceiros oficiais
EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Classificado por muitos como a ""Olimpíada do Brasil", o
Pan-07 tem seus gastos, quase
todos estatais, próximos de
muitos Jogos Olímpicos.
O Pan do Rio é considerado
um sucesso de vendas pelo Co-Rio (comitê organizador). Mas
as receitas com publicidade e
venda de direitos de TV, investimentos típicos da iniciativa
privada, representam um grão
de areia se comparadas com os
Jogos de inverno ou verão.
Se a previsão de que o evento
continental consumirá cerca
de R$ 3 bilhões, o naco das cotas publicitárias e venda dos direitos de TV responderá por
cerca de 5% desse valor.
Para justificar a discrepância
em arrecadação, o Co-Rio diz
que Pan e Olimpíada têm dimensões distintas em alcance,
tradição e interesse das TVs.
O aumento do número de patrocinadores oficiais foi descartado pelo Co-Rio, que explica a
limitação de seu número em
seis porque em Olimpíadas não
é dado aos patrocinadores a visibilidade na arena de competição, o que acontecerá no Pan.
""O teto objetiva valorizar as
marcas", justifica a entidade.
A categoria parceira oficial
despertou menos interesse: a
seis meses do Pan, restam duas
vagas (no total serão 12).
Mesmo com gastos inflados
por motivos de segurança e
grandes obras, Salt Lake City-02 e Atenas-04 deram ao COI
receitas publicitárias e de televisão que responderam por
quase 30% dos investimentos.
Em Sydney-2000, praticamente metade dos gastos foi
bancada por contratos publicitários e direitos de transmissão. Só com a publicidade local,
os australianos juntaram US$
492 milhões (R$ 1,047 bilhão).
No Pan, o Co-Rio estima arrecadar R$ 115 milhões, mas diz
que a meta pode ser superada.
Assim, o evento faturará pouco
mais de 10% do que a Austrália
obteve com empresas locais.
Mas os Jogos cariocas custarão
quase 30% do que o país da
Oceania usou na Olimpíada.
A diferença no peso dos direitos de TV é mais gritante.
O valor pago por algumas
emissoras é muito próximo
àquele que os clubes grandes,
individualmente, receberam de
cota de TV por sua atuação no
Paulista-07 (R$ 7,5 milhões).
No total, a venda de direitos
para as emissoras brasileiras
deve ficar em cerca de R$ 30
milhões, ou 1% do investimento na competição. Na Olimpíada de Inverno de 2006, a venda
de direitos de transmissão respondeu por mais de 20% dos
gastos com a competição.
O Co-Rio alega que o preço
para as TVs brasileiras levou
em conta a duração dos Jogos,
programação e a história do
mercado brasileiro para Pans.
Para o prefeito do Rio, Cesar
Maia, é preciso contabilizar as
receitas indiretas de muitos
anos, como os tributos por
exemplo, avaliando as segundas quinzenas de julho (época
do Pan), para ter noção do retorno financeiro na cidade.
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