São Paulo, sábado, 20 de fevereiro de 2010

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São Paulo e Fifa voltam a se chocar por Morumbi

Entidades se envolvem em série de desmentidos

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Dez dias após festejar a evolução técnica do novo projeto do Morumbi, o Comitê de São Paulo para a Copa de 2014 volta a entrar em choque com a Fifa.
O novo embate foi estimulado por uma série de desmentidos envolvendo as duas entidades, cujos representantes se reuniram no dia 9, em Zurique, quando foi apresentado o novo projeto do estádio são-paulino.
Após a reunião, membros do comitê e do São Paulo afirmaram que o estádio estava apto a receber um jogo da semifinal do Mundial. E atribuíram essa nova condição ao secretário- -geral da Fifa, Jérôme Valcke.
Mas, em entrevista publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o dirigente francês negou a informação e disse que o Morumbi só poderia receber, no máximo, as oitavas de final. A assessoria de imprensa da Fifa confirmou a informação divulgada por seu dirigente.
Mesmo diante da negativa de Valcke e das novas críticas, o São Paulo manteve sua versão.
"Foi a própria Fifa que informou em reunião [...] que o projeto apresentado credenciava o Morumbi a receber uma das semifinais da Copa", disse ontem, em nota oficial, o presidente do clube, Juvenal Juvêncio.
Já o comitê paulista afirmou que a Fifa informou que, após satisfazer as alterações propostas por ela, o Morumbi poderia abrigar um duelo dessa fase.
"Foi entregue o relatório com as novas observações ao projeto do estádio, também bem aceitas e possíveis de serem atendidas. O coordenador--geral da Fifa [Fúlvio Danilas] se retirou brevemente da reunião e voltou em seguida dizendo que, se o São Paulo cumprisse com aquilo proposto no relatório entregue, estaria habilitado para receber até a semifinal da Copa, mas não para a abertura", disse Caio de Carvalho, presidente do comitê, em nota.
O novo projeto do estádio, que pleiteia receber o jogo de abertura do Mundial, atendeu aos requisitos da Fifa no entorno, mas deixou a desejar na parte interna. O problema de visibilidade nas arquibancadas térrea e intermediária é um dos principais pontos de inflexão entre a Fifa e o comitê paulista.
Para atender aos anseios da entidade máxima do futebol, o São Paulo teria de fazer intervenções profundas, como o rebaixamento do gramado e a reconstrução de toda a geometria dos níveis térreo e intermediário, o que oneraria a obra, orçada hoje em R$ 350 milhões.
O comitê paulista, por sua vez, prometeu realizar todas as retificações sugeridas.
"Estamos convencidos de que não decepcionaremos a Fifa e que tudo faremos para atender a todas as solicitações pertinentes, de forma a pleitear semifinal e abertura da Copa. E temos até 2011 para provar isso. A GMP, empresa alemã contratada pelo São Paulo, está adequando o estádio em tudo o que a Fifa quer", completou a nota.


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