São Paulo, sábado, 20 de abril de 2002 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
São Caetano e Corinthians inauguram hoje semifinais do Rio-São Paulo Na contramão do futebol brasileiro
DA REPORTAGEM LOCAL As semifinais do Torneio Rio-São Paulo-2002 começam hoje, às 16h, no Pacaembu, confrontando duas equipes que fogem do figurino atual do futebol brasileiro. São Caetano e Corinthians levam a campo, como diz Carlos Alberto Parreira, técnico do time da capital, a máxima que para ganhar é preciso, além de atacar, também saber se defender. Em uma competição recheada de placares inusitados (como 8 a 0 ou 5 a 3), os dois clubes tiveram os melhores desempenhos defensivos e proporcionaram jogos com resultados muito mais próximos da realidade das últimas décadas. Contra uma média geral do interestadual de quase quatro gols por partida, São Caetano e Corinthians, além do Guarani, foram os únicos que tiveram média inferior a três gols em seus jogos. Apesar de seu "revolucionário" esquema com três atacantes, a equipe da capital, que no clássico contra o Palmeiras proporcionou, na primeira fase, o único 0 a 0 em 120 jogos do Rio-SP, é a única que sofreu menos de um gol por confronto disputado -levou 14 nas 15 vezes que entrou em campo. Já o clube do Grande ABC teve a segunda defesa mais eficiente -sofreu 18 gols na competição. "O bom aproveitamento da defesa tem a ver com a dedicação de todos, a partir do momento em que perdemos a bola. Nossa defesa começa no Gil e termina no Dida", diz Parreira, que não conquista um título de uma divisão de elite do país desde 1984. Para Jair Picerni, técnico do time do ABC, que tenta afastar a imagem de "eterno vice", o bom desempenho defensivo dos duelistas tem origem no ataque. "As duas melhores defesas são de equipes que têm uma filosofia voltada para o ataque", afirmou. Se chegaram às semifinais com defesas brilhantes, São Caetano e Corinthians têm desempenhos bem mais modestos no ataque. O primeiro anotou apenas 23 gols em 15 jogos, a quarta pior marca entre os 16 times que iniciaram o certame regional. Já o time de Parreira marcou 30 vezes, apenas a oitava melhor performance da competição. Assim, os dois primeiros semifinalistas a jogar pelo Torneio Rio-São Paulo desafiam a lógica mais recente do futebol do país, em que as melhores defesas raramente conseguem títulos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o próprio São Caetano no ano passado, quando foi o time que menos sofreu gols no país na temporada mas foi superado na final do Campeonato Brasileiro pelo Atlético-PR, dono do melhor ataque da elite em 2001. Com o Corinthians, ocorreu o contrário. No Paulista-2001, o time levou quase o dobro de gols na primeira fase do que a Ponte Preta, mas acabou campeão enquanto a equipe de Campinas foi eliminada nas semifinais. São Caetano e Corinthians têm currículos bem diferentes no Torneio Rio-São Paulo. O clube do ABC disputa a competição pela primeira vez. Já a agremiação da capital acumula quatro títulos do torneio, que chega às semifinais da edição 2002 sem nenhum representante fluminense. A primeira rodada das semifinais do Torneio Rio-São Paulo será completada amanhã, quando Palmeiras e São Paulo irão se enfrentar no estádio do Morumbi. Os confrontos são realizados em meio a uma polêmica causada pelo confuso regulamento. Depois de muita discussão, ficou acordado que, em caso de empate nos pontos ganhos e no saldo de gols nas semifinais, irá para a decisão o time que menos receber cartões nesta fase. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Futebol: Regulamento entra em cena no Rio-SP Índice |
|