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FUTEBOL
São Caetano e Corinthians prometem provocar para induzir distribuição de cartões, que pode valer vaga na final
Regulamento entra em cena no Rio-SP
Fernando Santos/Folha Imagem
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O atacante Anaílson, do São Caetano, que usará o drible para forçar os corintianos a fazer faltas |
MARÍLIA RUIZ
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Saem os confrontos dos técnicos, dos artilheiros e as defesas
milagrosas dos goleiros. A vedete
da primeira semifinal do Torneio
Rio-São Paulo, entre São Caetano
e Corinthians, hoje, às 16h, no estádio do Pacaembu, pode ser o árbitro Wilson Luís Seneme.
O regulamento esdrúxulo do interestadual determina que, em caso de empates ou de vitórias (uma
para cada time) pela mesma diferença de gols no mata-mata, o número de cartões será utilizado como critério de desempate -vermelhos e depois amarelos.
Os times, apesar de não concordarem com a importância dada
aos cartões, vão usá-los. A tática
de ambos é provocar o adversário
hoje para induzir as punições.
O atacante corintiano Gil disse
que vai abusar dos dribles. "Para
me parar, eles vão ter que fazer a
falta", afirmou ele.
O treinador Carlos Alberto Parreira também proibiu os "cartões
bobos" no Corinthians. "Receber
amarelo porque teve que parar
uma jogada é uma coisa. Puxar a
camisa, chutar a bola para fora e
discutir com o juiz são outras.
Não posso admitir esse tipo de
coisa. Pode definir o finalista."
Anaílson, do São Caetano, disse
que foi instruído por Jair Picerni a
fazer a mesma coisa. "O Jair [Picerni" pediu para que eu e o Wágner [atacante do São Caetano"
tentássemos o drible para obrigá-los a cometer faltas", disse o meia-atacante, que ainda apontou os
"alvos" de sua provocação.
Os corintianos Fabrício e Rogério foram considerados os "nervosinhos" mais suscetíveis a serem punidos se provocados.
Mas tudo vai depender da interpretação do juiz. Seneme apitou
apenas duas partidas da primeira
fase do campeonato. Dois jogos
do São Caetano -contra Ponte
Preta e Guarani. É novo na elite do
futebol. Está há somente dois
anos no rol dos árbitros que apitam partidas da primeira divisão.
A escalação de Seneme não dependeu de nenhum aval dos dois
semifinalistas. A Liga Rio-SP
-por meio de sua vice-presidência de arbitragem- fez a escolha.
Os dirigentes do Corinthians,
por exemplo, não sabiam até o
fim da tarde de ontem quem seria
o árbitro da partida de hoje. Informado pela reportagem, o vice-presidente de futebol, Antonio
Roque Citadini, não esboçou reação. "Não o conheço", afirmou.
Primeiro colocado da fase de
classificação e time mais disciplinado, o clube do Parque São Jorge
não terá, portanto, nenhuma vantagem sobre o rival nas semifinais.
Essa, pelo menos, é a impressão
da diretoria do clube, que não
procurou Eduardo José Farah,
presidente da liga regional, para
pedir esclarecimentos.
"Para nós está bastante claro
que só irão valer os cartões da fase
semifinal", declarou Citadini.
A opinião não é compartilhada
por Carlos Alberto Parreira.
Ontem, o técnico corintiano expressou indignação em relação à
falta de informação oficial de Farah sobre os critério de desempate. "Ele [Farah, presidente da liga" foi para Portugal, mas disse
que falaria o que realmente vai
valer. A diretoria me passou que
só valem os [cartões" da fase. Mas
seria bem interessante ter a versão
oficial da liga antes do jogo."
Parreira disse que gostaria de,
"como profissional do futebol",
ter sido consultado para fazer
parte do comitê que redigiu o regulamento. Lamentou que os critérios de interpretação do juiz, e
não um índice técnico ("preferia
pênaltis"), são mais importantes.
Os jogadores corintianos também se mostraram confusos.
"Eu vou ser sincero. Não sei como será o desempate. Por isso vou
me preocupar em ganhar um e,
pelo menos, empatar o outro jogo. Assim não haverá discussão",
afirmou o atacante Leandro.
Do lado do São Caetano, que foi
o quarto colocado na classificação, o técnico Jair Picerni não quis
criticar o critério de desempate.
"O regulamento já está feito. Não
podemos reclamar agora."
NA TV - São Caetano x
Corinthians, na Globo e
na Sportv, ao vivo, às 16h
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