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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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Paulistas dizem apostar em pool

DA REPORTAGEM LOCAL

Para angariar os recursos necessários para organizar os Jogos, São Paulo aposta num pool. Segundo Lars Grael, secretário estadual de Esporte de São Paulo, o projeto receberia investimento dos governos municipal, estadual e federal, da iniciativa privada, de organizações não-governamentais e de organismos internacionais, além de repasses do Comitê Olímpico Internacional.
""As obras para melhorar a infra-estrutura da cidade fazem parte dos projetos não só do município, como do governo do Estado. Na verdade estaríamos adiantando algumas realizações que poderiam virar realidade só em 2020 mas que, por causa da Olimpíada, teriam de estar prontas oito anos antes", afirmou.
Segundo Nádia Campeão, secretária de Esporte de Marta Suplicy, a prefeitura disponibilizaria 1,5% de seu orçamento anual de R$ 10 bilhões para os Jogos de 2012. Em outras palavras, seriam R$ 150 milhões por ano, menos do que os US$ 350 milhões que a Prefeitura do Rio diz que disponibilizará "numa primeira etapa".
Os cariocas, no entanto, não revelaram quanto prevêem gastar no total. Só dizem que terão um orçamento bem mais enxuto do que o dos paulistas, porque irão aproveitar a estrutura a ser criada para receber o Pan de 2007.
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, explica os US$ 10 bilhões que seriam investidos para preparar a cidade para a Olimpíada como uma forma "de antecipar investimentos em infra-estrutura previstos para 2020 pelos planos da cidade e do Estado".
Sobre os US$ 2,4 bilhões que seriam gastos diretamente com os Jogos, diz que eles "se autofinanciam". "Os recursos virão dos direitos de transmissão, licenciamento de marcas, publicidade e venda de ingressos".
Mas não é bem assim. Montreal, que organizou os Jogos de 1976, teve prejuízo de US$ 1,7 bilhão.
Mesmo Sydney, em 2000, quando o marketing do movimento olímpico teve o melhor resultado de sua história, registrou problemas para fechar suas contas.
Recebeu US$ 1,8 bilhão dos programas de marketing e US$ 800 milhões de direitos de TV, mas gastou US$ 1,5 bilhão na construção e melhoria das instalações, US$ 1 bilhão na operação dos Jogos e US$ 300 milhões na implantação de um sistema de transporte provisório, sem falar nas obras para melhorar a cidade. (JCA)


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